E aqui me encontro Messiânico, fazendo passes diante da audiência que conquistei na praça pública. E de repente me esqueço de uma tirada programada, me perco num elevar de sobrancelhas, e minha fachada desaba. Nu, inequivocamente revelado, não é o olho da multidão que me penetra, pois alguns ainda aguardam, até desejam, tolerantemente que eu reencontre o meu ritmo e a alegre Ilusão se recomponha. Enquanto outros podem perceber meu desconforto sem julgar donde vem a gota de suor nervoso em minha testa. Eu, no entanto sei que se quebrou definitivamente a máquina, que não há mais uma gota de vapor para movê-la. Sendo até essa narrativa pitoresca um modo insincero e velado de colocar o meu drama, mais uma decoração na parede mofada.
Cheguei ao ponto mais baixo dessa viagem, o ponto aonde lhe digo que não confie em mim, que não me siga mais alem, que abandone esse pecador ao seu destino solitário, pois segui-lo só vai lhe trazer dor e desapontamento. Esse é o ponto em que perdi a confiança em você, em que você me aceite, em que você me entenda. Aonde eu deixei de acreditar que você saberá completar os vazios que deixo com sua própria luz e sabedoria, aonde eu deixei de crer que você pode me encontrar alem do meio do caminho, ou em qualquer lugar aonde eu tenha me perdido. Esse é o ponto da ilusão patética da minha solidão, da aridez de minha busca proprietária pela pedra filosofal, a equação última que ao ser revelada libera o Alquimista de todo o sofrimento e preocupação terrestre. Este é o ponto aonde eu exito em me revelar ou revelar meu segredo por inteiro. Aonde eu interrompo toda intimidade e me escondo em minha dura casca. É o ultimo recôndito de minha Vaidade e Orgulho.
Antes que se revele a feição real dessa troca, antes que a fumaça se desvaneça e você perceba os gritos que vem do isolamento em que me coloquei.
Me Salve! Me Aceite! Me Apóie! Me Liberte! Me Ajude!
Me Perdoe...
Como o louco que bordava seu mundo e os versos que o explicavam numa capa heróica, você talvez me encontre, a cela decorada com riscos que tentam representar um mundo de sonho traçados nos tijolos. Talvez seja isso o que finalmente eu busque, e tema. Que minha voz seja ouvida naquilo que realmente quer dizer, que atravesse a distancia do fosso e encontre a salvação num ouvido justo, num abraço irmão.
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