sábado, setembro 21, 2013

Não um paraiso, apenas uma terra boa pra gente

No meu modo de ver, e falo de um modo não técnico, impressionista, quando as fronteiras e os limites de um pais eram as do mapa, tínhamos um lugar que era a Paraíba dos coronéis e uma Capital + civilizada. Mesmo que essa capital fosse atrasada em relação ao mundo pre globalizado, os papeis relativos de civilidade e coronelisse se mostravam.

Hoje me parece que num mundo globalizado somos a Paraiba Global. Sempre achamos que o BR estava destinado a grandes coisas, está lá num daqueles estranhos implantes meméticos que resistem o bom senso e a extração, sempre fizemos o jogo de cena pra ingles ver. Hoje apesar da palhaçada da dita indignidade Ahmanejadiana da Dilma diante da araponguice Americana estamos mais que nunca quintalizados, em função de nosso atraso mental e emocional coletivo (a soma de todas cretinices).

Isso pode parecer o velho discurso comparativo tipo, o bom mesmo é na Noruega, na Islândia, nada disso. O bom mesmo é parar de pensar que o Brazil vai ser alguma coisa, e ter a noção doída e clara de que somos hoje uma grande Paraíba. Precisamos da Luz de Lampião, é a única compatível com essa cangaço de imbecilidades que se tornou nossa política e nossa justiça. Qual é o estampido, o ribombar que precisa ser ouvido pra causar aquele temor de morte nessa gente/bicho, nesses caranguejos lamacentos, nessa praga do Egito? Caraca! Os ouvidos e bom senso dessa gente, a dignidade, sei lá um senso de probidade, ou uma vontade minúscula que fosse de ser bom, sei lá... isso passa ao largo desses sobreviventes e criadores de escassez, essas bocas enormes e famintas, e esses juristas a serviço do Diabo na Terra do Sol. Estamos condenados a ficar na mão de quem serve esse capeta? E não venham com essa coisa que não existe bem nem existe mal - tem ruindade sendo feita, tem que pensar simples e claro como Virgulino, pra ver que que a sanha do tinhoso é o motor dessa canalha. O Canhoto é assanhado e usa toda arma pra confundir, e o detalhe a minúcia é o reino que mais domina.

A dignidade é simples e a gente sente no bucho e no peito, dá um nó nas tripas engolir esses sapos, um arrepio no cangote esses gafanhotos nos entrando pelo rabo enquanto cantam o hino nacional.

De qualquer modo desculpe o desabafo, depois eu uso um embargo detergente pra limpar minha ficha. Sustento nesse mundo muderno a difícil e improvável tese do Capeta,é que num mundo de leis e direitos o canhoto consegue torcer pra esquerda o que devia ser reto. E me desculpe tambem se esse treco de direita e esquerda causa trincar de dentes, e mais, me desculpe se é politicamente incorreto traçar um eixo de distinção entre o Paraibanismo e o Não Paraibanismo, e vou alem, me desculpe se é de mal grado vituperar num espaço da lógica e do bom senso, é que meu saco encheu. Penso se enquanto estamos aqui discutindo (importantíssimas, eu acho que são) questões de ordem, as hordas do apocalipse só pensam e de novo no Reich de Mil Anos, bicho ruim quer fazer ruindade pra sempre.

 A humanidade é uma coisa potencialmente maravilhosa, mas é incrível o poder que uns poucos conseguem de nos levar pelo anel no nariz. Esse nosso lado bovino quer matadouro, quer virar carne de embutido. Quando a coisa é tão abstrata quanto essas que os Adbominaveis Juristas conseguem justificar é claro, me dá a faca que eu mesmo corto o meu bife! AAAAAARRRGH! Deixa que eu infrinjo meu embargo...

O capeta, de novo, é uma coisa assim tipo a gente para de confiar na nossa bondade e bom senso e a achar que a Capital (e O Capital) afinal sabe o que é bom pra nós. A gente para de falar PUTA QUE OS PARIU! no exato momento, automaticamente, de forma pura e expontânea assim que ouve EMBARGO INFRINGE-A-GENTE - PUTA QUE OS PARIU!

Ou então deixamos de clamar por (e incorporar) Lampião, ou sei lá alguma voz vital, primitiva e justa, ou pela Ira de Geová (dentro de Nós) pra encontrar a simplicidade de um Jihad. Tá legal, caríssima voz ponderada, chamar pra guerra (!!??) incomoda. Mas tem essa guerra de ratazana, de morcego, essa guerrilha de quadrilha, de máfia que está sendo perpetrada pra uma era de trevas... Preciso da imagem dramática, preciso arregimentar um instinto de urgência. Tem um óleo escuro, tem uma legião de zumbis, e tem em algum lugar clareza, nitidez além de ambiguidade, além de dicotomia.

Em algum lugar a gente pode dizer No Más! Chega! Parou com essa Merda! Não pode?

Em algum lugar somos soberanos, inatacáveis, bons e inteligentes, em algum lugar existe tração pra que um pais de verdade, deixe de patinar e ande finalmente numa direção que seja boa pra todo mundo - Todo o Mundo

domingo, setembro 15, 2013

O Reciclodita e a Cobra

Antropomedimos
As cordilheiras em polegadas
Os rios em braças
O tempo em que acordamos ou dormimos
Em frações invisíveis

Con-sideramos as estrelas em constelações
De seres e animais que imaginamos
Trogloditando reciclamos em cultura
Uma história que contamos.
Quando digerirmos e regurgitarmos tudo,
Recicloditas garimparemos
As pilhas de trecos que deixamos
Na busca de algum tesouro perdido?

Esqueceremos de quem somos, o que será de nós quando cada um acreditar apenas em se próprio nome? 

Digo para mim:
Aquiete os latidos
Aquiete o sono e o escuro
Galgue acima da névoa
Dentro de uma luz sem em cima
Sem embaixo

O labirinto visto desse alto
Com asas de Ícaro instáveis
O touro raivoso ruge solitário
Chamando de volta pro mundo
Pra luta.

Digo para mim:
Coragem não se precipite, não se assuste com a vertigem de não ser você, de não ser do mundo. Mantenha-se em queda livre, livre de queda.

Veja

Uma Jibóia na água
Se enrosca em si mesma
Vejo isso do azul transparente
Uma cobra se dá o meu nome
Me convence de vestir sssssua pele...
Um turbilhão me engole
E parece natural estar ali
Dia após dia remoendo o futuro com o passado
Dando nome a cada pedaço
Fazendo listas de quantidades
Inventários de badulaques
Lembretes de esquecimento.

Penso:
Criminalizamos a natureza
E escravizamos escaravelhos
Medimos a química de sapos
Enquanto gotejam isótopos da ampulheta atômica
Com a qual resolvemos marcar o tempo.
Nessa clepsidra de nanosegundos
Que divide os momentos divididos
Em pedaços irreais situa-nos em GPS sufocante 
Preciso e inescapável
Enredamos o tempo e o espaço

Damos forma e utilidade a coisas que não existem
Fazemos vigas e colunas de coisas
Que nunca as foram
Fazemos chá de folhas que não eram bebida
Descascamos bananas e tangerinas como se fossem embaladas
Para nós. 

Nossos dedos penetram e manipulam todo recanto escondido
Imorais.
Pulverizamos, desmontamos, escavamos
Fazemos braços e pernas enormes
Derretemos e reformamos,fazemos engenhos, motores, explosões
De coisas que não se projetavam fazemos foguetes,
Nos quais plantamos instrumentos intrincados
Levando botões e questões que inventamos
Pra outros mundos além.

Damos utilidade a coisas que se queriam inuteis

Nossas palavras parecem fazer sentido do mundo
Enquanto o prendem e equacionam
Nomeando todas as coisas
Arrumando nossos neurônios
Como se falar não fosse também mentir
Como se falar e ocultar não fossem a mesma moeda...

Apreciamos
Os valores relativos
Que um mercado futilmente dita
Nossos colares e pulseiras pulsam, pulsarão
Com imagens do pensamento do dia
Do consumo do dia
Revelarão nossa localização e batimentos
Nossa pressão e corrente galvânica
Os pelos arrepiados de nossa nuca
Nossos medos
O momento em que gozamos...
Nos orientarão por um mundo mapeado
E outros mundos simplesmente
Sumirão do espectro visível
Na ignorância e treva, no esquecimento
As trilhas na mata esfriarão,
A mata terá um preço
As estrelas também...
[   X   ] vai colocar sua logomarca na Lua.

Isso tudo é possível, e deverá acontecer
Junto com todo impossível que sou incapaz de imaginar.
O pensar só me leva aonde pensamentos podem levar.
A cera que prende as penas de minhas asas
Não é afeita ao calor do Sol
Para um voo que se limita a uma fuga do mundano
Um alçar-se do horizonte pra nunca chegar no céu.

Esse pobre cordel feio e desconjuntado
É o ridículo do profeta
É um conto de fadas ultrapassado
Mito solitário, medo, solidão
É bater na parede até sangrar
É explicar um elefante pelo tato
Para um surdo mudo.

Aquieto o escuro,
Acalmo os latidos, 
Apaziguo os pelos,
E lá está o mundo
Vomitado pela cobra.