domingo, abril 08, 2012

A GEOGRAFIA SEMPRE VENCE - IAN MORRIS- VEJA

A GEOGRAFIA SEMPRE VENCE

Veja - Paginas Amarelas - 17 DE DEZEMBRO, 2011
Entrevistado - IAN MORRIS
Por ANDRÉ PETRY, DE BOSTON

Autor de um livro excepcional, o historiador e arqueólogo fala das lições da história e prevê que o Ocidente está a menos de um século de perder a supremacia para a Ásia

"Temos um modo próprio de fazer as coisas. Somos movidos por ganância, preguiça ou medo"

Mesmo falando e escrevendo apenas em inglês, mesmo dando aulas em Stanford, mesmo tendo nascido na inglesa Stoke-on-Trent, e como tal ser herdeiro do primeiro império global, o historiador e arqueólogo Ian Morris, 51 anos, não caiu na armadilha de ver o mundo apenas através da lente anglo-saxônica. Num livro estupendo, Why the West Rules — For Now (Por que o Ocidente Domina o Mundo — Por Enquanto), Morris narra os últimos 15 000 anos da história humana entrelaçando biologia, sociologia e geografia, com destaque para a geografia, e explica por que impérios caem e o que o futuro nos reserva. "A geografia é a razão das mudanças mais profundas", diz. Mantido o atual compasso, ele arrisca: a Ásia vai superar o Ocidente em 2103. A seguir, sua entrevista a VEJA.

***

Petry: O senhor afirma que a história humana tem três forças motrizes: a biologia, a sociologia e a geografia. Elas são igualmente relevantes?

Morris: São diferentes. A biologia não nos deixa esquecer que somos animais, só que símios inteligentes. Temos necessidades parecidas com as de outros animais e fazemos coisas semelhantes. A grande diferença está no modo como nos adaptamos ao mundo. Os demais animais se adaptam através da biologia, da evolução genética, que é extremamente lenta. Nós, com nosso cérebro grande, contamos com a evolução cultural. Quando acabou a última era do gelo, há 15 000 anos, todos os animais fizeram a mesma coisa, inclusive os humanos: alimentaram-se da repentina fartura de plantas e animais menores. Só que nós, mais por acidente que por esperteza, inventamos a agricultura. A população começou a crescer, surgiram as comunidades agrárias, inventamos as cidades, os estados, os impérios, e aqui estamos. A biologia explica por que estamos tentando melhorar nosso padrão de vida constantemente, mas não como fazemos isso. É onde entra a sociologia. Ela nos ensina que somos muitíssimo parecidos uns com os outros, não importa de que lugar do planeta viemos, não importa a cor da pele. Temos um modo próprio de fazer as coisas. Em geral, somos movidos por ganância, preguiça ou medo. Estamos sempre em busca do meio mais lucrativo, mais fácil e mais seguro de fazer as coisas.

Petry: A biologia e a sociologia explicam as semelhanças globais, enquanto a geografia explica as diferenças regionais?

Morris: Sim. A geografia determina em que lugares o nível de desenvolvimento será maior ou menor. Se colocarmos 500000 pessoas no Brasil e 500000 na Alemanha, elas vão se desenvolver de forma desigual porque estarão em locais distintos, diante de desafios diversos, e não porque brasileiros e alemães tenham diferenças de natureza biológica ou sociológica.

Petry: Então somos premiados com boa geografia, ou punidos com má geografia, e nada podemos fazer para interferir no nosso destino?

Morris: A geografia determina o nível de desenvolvimento, mas o nível de desenvolvimento, à medida que se materializa, provoca um efeito tal que acaba mudando o significado da geografia. A má geografia pode virar boa geografia.

Petry: Onde a má geografia está virando boa geografia hoje?

Morris: No Oceano Pacífico. A enorme extensão do Pacífico sempre foi uma barreira física, mas está se transformando numa imensa avenida. O Pacífico é gigantesco. Acabei de sobrevoá-lo ao ir para Hong Kong. São horas e horas dentro de um avião vendo mar, só mar. Mas o desenvolvimento dos transportes e das comunicações está encolhendo o Pacífico, e assim mudando seu significado. O Atlântico passou pela mesma mutação nos séculos XVIII, XIX e XX. O encolhimento do Pacífico começou depois da II Guerra, em 1945. É a principal razão da atual ascensão da Ásia. Com a redução das distâncias entre a Ásia e a costa oeste da América, as vantagens das economias asiáticas estão entrando em cena. Nas décadas de 70 e 80, vimos a explosão econômica do Japão, que depois tropeçou numa série de problemas. São acidentes de percurso, que acontecem a toda hora, pois a história não é linear. Mas as forças geográficas que operaram a favor do Japão há quarenta anos seguem em plena ação, favorecendo outras economias asiáticas.

Petry: Hoje, a principal corrente de pensamento atribui o progresso material e social à presença de instituições abertas e de valores democráticos numa sociedade. Isso não é mais relevante do que a geografia?

Morris: As instituições e os valores são essenciais para explicar o passado recente, mas, a longo prazo, as coisas são dirigidas por forças materiais mais profundas, especialmente a geografia. Não há dúvida de que os países do Atlântico Norte chegaram ao domínio global nos últimos 200 anos porque tinham sociedades mais abertas, instituições mais livres e sistemas legais de proteção da propriedade privada e dos direitos individuais. Por isso a Holanda e a Inglaterra foram os grandes poderes do século XIX, e não a Espanha ou Portugal. No entanto, para sabermos por que essas instituições mais livres floresceram na Holanda e na Inglaterra, e não na Polônia, na Itália ou no Império Otomano, temos de recorrer às forças materiais. A geografia foi o fator decisivo que alçou Portugal e Espanha à condição de líderes no descobrimento e na colonização das Américas. Os portugueses e espanhóis, como todo colonizador, saquearam suas novas possessões territoriais. Os ingleses, franceses e holandeses adorariam ter feito o mesmo. Mas, nas terras que hoje fazem parte do Canadá e dos Estados Unidos, a geografia era outra. Não havia mina de prata ou ouro, não havia império asteca ou inca. Na ausência dessas riquezas, os colonizadores da América do Norte precisaram encontrar outra saída, e criaram uma coisa nova: economias conectadas, economias complementares entre dois continentes, América e Europa. Trata-se de economia: baseadas no mercado, em torno da costa atlântica. Por sorte, esse tipo de economia funciona muito bem em países com instituições mais abertas. No século XVI, Holanda e Inglaterra já eram países um pouco mais abertos que Espanha ou Itália. Integradas ao comércio atlântico, essas instituições mais abertas e livres se revelaram adaptações perfeitas à economia de mercado. E desabrocharam.

Petry: A China virou a locomotiva do mundo, mas os chineses vivem sob um regime autoritá¬rio, com instituições fechadas. Dá para um país assim, impermeável a novas ideias, chegar ao topo do mundo?

Morris: A democracia, por ser um regime de liberdade e abertura, é muito superior em termos de geração de novas ideias. Mas simplesmente não sabemos se a ausência de democracia será um obstáculo intransponível para a China. Há cinquenta anos, parecia impossível ter um mercado financeiro capitalista num estado comunista de partido único. Mas os chineses mostraram que era possível adaptar um ao outro. Claro que, na prática, os chineses deixaram de ser comunistas. Dizem que são, mas não são, embora mantenham o regime de partido único. Quem hoje poderá dizer que eles não conseguirão compatibilizar a regra do partido único com alguma forma de mercado intelectual? O que posso dizer é que não será fácil.

Petry: Quando os regimes comunistas ruíram, surgiu a tese do "fim da história", que seria o triunfo final do capitalismo e da democracia liberal.A ascensão da China é a negação dessa tese?

Morris: No fim da década de 80, com a ascensão do Solidariedade na Polônia, a queda do Muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, a maior parte do mundo concluiu que, num planeta tão conectado e rápido, só as democracias liberais seriam bem-sucedidas. Os chineses, vendo aqueles mesmos acontecimentos, e principalmente as manifestações na Praça da Paz Celestial, chegaram a outra conclusão, a de que aquilo tudo parecia a Revolução Cultural de duas décadas antes, e decidiram que não voltariam àquele caos sob hipótese alguma. Foi aí que se saíram com essa solução tão imaginativa de conjugar mercado capitalista com regime de partido único. Cederam ao capitalismo, mas, querendo ficar no poder, não cederam à democracia. Em 1930, muita gente concluiu que a saída eram os regimes totalitários. Pensava-se que o melhor eram países de extensão continental, industrialização pesada e processo de decisão centralizado. Ou seja: a saída era a União Soviética. Nessa época, o jornalista americano Lincoln Steffens (1866-1936) voltou da URSS e disse: "Eu vi o futuro, e ele funciona". Muita gente sensata e inteligente pensava assim. Pode ser que, dentro de meio século, as pessoas olhem para trás e vejam semelhanças entre 1930 e 1980. Em 1930, era o triunfo do totalitarismo. Estava errado. Em 1980, foi o triunfo da democracia liberal. Estará certo? Sem dúvida, as democracias ocidentais fecharam o século XX em posição de liderança. Mas não sabemos como será no XXI. Até agora, o pedaço que faz sucesso na experiência da China não é sua conversão à democracia, mas sua abertura ao capitalismo.

Petry: Com o epicentro da economia mundial se deslocando para a China, o Brasil, que fica geograficamente longe, sairá perdendo?

Morris: A distância geográfica será cada vez menos importante. À medida que o espaço físico vai cedendo em direção ao espaço digital, a geografia adquire outro significado. Já se disse que o mundo ficou plano, o que é obviamente um exagero. Ainda faz uma tremenda diferença nascer em Cambridge ou em Kinshasa. Mas o espaço cibernético está claramente mudando o antigo significado das grandes distâncias.

Petry: O senhor previu que, mantido o passo atual, a Ásia superará o Ocidente em 2103. Um mundo sob o domínio da China será muito diferente do mundo sob a supremacia americana?

Morris: Alguns cientistas políticos dizem que a China, ao se tornar mais importante, ficará mais parecida com um poder tradicional. Os EUA, no século XIX, gostavam de ver a si mesmos como um país diferente de todos os outros, mas, depois da II Guerra, quando começaram a ascender, ficaram parecidos com um poder tradicional. Empurrados para situações moralmente ambíguas, fizeram o que todo grande poder faz: apoiaram ditaduras repulsivas e líderes cujos valores são perfeitamente antagônicos aos valores americanos. É difícil dizer o que vai acontecer com a China, mas o comportamento do país na região sob sua influência direta, o Leste Asiático, já tem semelhanças com o relacionamento dos EUA com a Europa e a América Latina. Os EUA procuram administrar seu império mundial sem administrar diretamente os países. Preferem trabalhar com aliados a trabalhar com súditos. Creio que a China, apesar da cultura milenar e do jeito próprio de pensar e agir, fará algo semelhante.

Petry: Os momentos mais terríveis na história da humanidade são causados pela chegada do que o senhor chamou de "cinco cavaleiros do Apocalipse": migração, doença, fome, falência do estado e mudança climática. Qual deles é o mais perigoso hoje?

Morris: A resposta fácil seria dizer que não podemos fazer distinções, pois o que os transforma em "cavaleiros do Apocalipse" é o fato de aparecerem juntos. Há períodos históricos em que um ou outro surgiu, com efeitos desastrosos, mas sem provocar um colapso. Nos colapsos, eles estão juntos. É o caso da queda do Império Romano, da dinastia Han na China, da dizimação dos nativos das Américas com a colonização europeia. Mas, em geral, um dos cavaleiros deflagra o processo. No Império Romano, eu diria que tudo teve início com as doenças. No século XXI, minha aposta é que, se tivermos um colapso, ele começará com a mudança climática. O aquecimento global em si não é um desafio insuperável. Podemos nos adaptar ao pior cenário, que prevê elevação de 5 graus em algumas décadas. É um aumento enorme, mas não varrerá a humanidade do planeta. O colapso virá se o aquecimento global abrir a porta para os demais cavaleiros do Apocalipse.

Petry: De 1 a 10, qual o risco de um colapso mundial?

Morris: Inferior a 5. Com a globalização, nossos maiores problemas passaram a operar em escala global. A mudança climática, o terrorismo, os desequilíbrios comerciais, nada disso afeta apenas um país. O problema é que estamos enfrentando a nova realidade com instituições anacrônicas, de 200 anos atrás. A mais poderosa de todas segue sendo o velho estado-nação. É ele que detém armas nucleares, não as Nações Unidas. Quando a economia mundial começou a ir para o ralo em 2008, a ajuda não veio do FMI. Veio dos governos nacionais. Mas os governos nacionais ainda não aprenderam a superar as preocupações locais. O fracasso da conferência ambiental de Copenhague, em 2009, é um retrato disso.

Entrevista do Premier Chinês a Joelmir Betting

Caros,
Basicamente acho o prontuário e o diagnóstico do Primeiro Ministro válidos, acho notável o tom de “comando” sem papas na língua, naturalmente não é facil refutar uma analise assim pragmática e lógica.

Kung Fu Tsé – golpeia direto no ponto, sem delongas ou sutilezas. O que pode responder a nossa Capoeira e gingado?

É uma mudança politica e diplomática enorme lidar com o poder ascendente Chinês. Esse mais que qualquer outro é o significado real da “profecia” de reversão polar, nos orientaremos pelo Oriente. A visão e modo agir e Chinês está a cada dia mais explicita e articulada para nós estrangeiros periféricos. Nós que sempre gravitamos em torno da lógica e modo de agir do outro lócus de poder mundial – o ocidente eurocentrado – agora vemos nosso Norte em decadência ou nitidamente em menor ascenção diante do processo Chinês de expansão. Precisamos entender e nos relacionar com esse modo Chinês de ver o mundo sem nos curvar a ele apenas numa troca de mestres. Podemos acolher essas sugestões úteis, a nosso modo, mas acho importante manter que nosso momento é de afirmação (não de resistência), é talvez nossa oportunidade de deixar a vassalagem e a escravidão.

A Entrevista:

10 medidas para melhorar o Brasil (que funcionaram na China)


O Primeiro Ministro da China, Wen Jiabao, visitou o Brasil recentemente pela primeira vez e surpreendeu pelo conhecimento que tem sobre nosso país, segundo ele, devido o aumento da amizade e dos negócios entre Brasil e China, vem estudando nossa cultura, nosso povo, desenvolvimento e nosso governo nos últimos 5 anos e, por isso aproveitou a visita de acordos comerciais para lançar algumas sugestões que, segundo ele, foram responsáveis pelas mudanças e pelo crescimento estrondoso da China nos últimos anos.

Durante uma de suas conversas com a Presidente Dilma e seus ministros, Wen foi enfático no que ele chama de "Solução para os países emergentes", que é o caso do Brasil, China, Índia e outros países que entraram em grande fase de crescimento nos últimos anos, sendo a China a líder absoluta nessa fila.

O que o ministro aponta como principal ponto para um país como o Brasil desponte a crescer fortemente???

Mudanças imediatas na administração do país, sendo a principal delas, a eliminação de fatores hipócritas, onde as leis insistem em ver o lado teórico e não o prático e real de suas consequências, sendo que, para isso o país terá que sofrer mudanças drásticas em seus pontos de vista atuais, como fez a China nos últimos 20 anos, sendo os 10 principais os que se seguem:

1) PENA DE MORTE PARA CRIMES HEDIONDOS COMPROVADOS:
Fundamento: Um governo tem que deixar de lado a hipocrisia quando toca neste assunto, um criminoso não pode ser tratado como celebridade, criminosos reincidentes já tiveram sua chance de mudar e não mudaram, portanto, não merecem tanto empenho do governo, nem a sociedade honesta e trabalhadora merece conviver com tamanha impunidade e medo, citou alguns exemplos bem claros: Maníaco do parque, Lindeberg, Suzane Richthofen, Beira Mar, Elias Maluco, etc. Eliminando os bandidos mais perigosos, os demais terão mais receio em praticarem seus crimes, isso refletirá imediatamente na segurança pública do país e na sociedade, principalmente na redução drástica com os gastos públicos em segurança. A longo prazo isso também reflete na cultura e comportamento de um povo.

2) PUNIÇÃO SEVERA PARA POLÍTICOS CORRUPTOS:
Fundamento: É estarrecedor saber que o Brasil tem o 2º maior índice de corrupção do mundo, perdendo apenas para a Nigéria, porém, comparando os dois países o Brasil está em uma situação bem pior, já que não pune nenhum político corrupto como deveria, o Brasil é o único país do mundo que não tem absolutamente nenhum político preso por corrupção, portanto, está clara a razão dessa praga (a corrupção) estar cada vez pior no país, já que nenhuma providência é tomada, na China, corrupção comprovada é punida com pena de morte ou prisão perpétua, além é óbvio, da imediata devolução aos cofres públicos dos valores roubados. O ministro chinês fez uma pequena citação que apenas nos últimos 5 anos, o Brasil já computou um desvio de verbas públicas de quase 100 bilhões de reais, o que permitiria investimentos de reflexo nacional. Ou seja, algo está errado e precisa ser mudado imediatamente.

3) QUINTUPLICAR O INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO:
Fundamento: Um país que quer crescer precisa produzir os melhores profissionais do mundo e isso só é possível quando o país investe no mínimo 5 vezes mais do que o Brasil tem investido hoje em educação, caso contrário, o país fica emperrado, aqueles que poderiam ser grandes profissionais, acabam perdidos no mercado de trabalho por falta da base que deveria prepara-los, com o tempo, é normal a mão de obra especializada passar a ser importada, o que vem ocorrendo a cada vez mais no Brasil, principalmente nos últimos 5 anos quando o país passou a crescer em passos mais largos.

4) REDUÇÃO DRÁSTICA DA CARGA TRIBUTÁRIA E REFORMA TRIBUTÁRIA IMEDIATA:
Fundamento: A China e outros países desenvolvidos como os EUA já comprovaram que o crescimento do país não necessita da exploração das suas indústrias e empresas em geral, bem pelo contrário, o estado precisa ser aliado e não inimigo das empresas, afinal, é do trabalho destas empresas que o país tira seu sustendo para crescer e devolver em qualidade de vida para seus cidadãos, a carga tributária do Brasil é injusta e desorganizada e enquanto não houver uma mudança drástica, as empresas não conseguirão competir com o mercado externo e o interno ficará emperrado como já é.

5) REDUÇÃO DE PELO MENOS 80% DOS SALÁRIOS DOS POLÍTICOS BRASILEIROS:
Fundamento: O Brasil tem os políticos mais caros do mundo, isso ocorre pela cultura da malandragem instalada após a democrácia desorganizada que tomou posse a partir dos anos 90 e pela falta de regras no quesito salário do político. O político precisa entender que é um funcionário público como qualquer outro, com a função de empregar seu trabalho e seus conhecimentos em prol do seu país e não um "rei" como se vêem atualmente, a constituição precisa definir um teto salarial compatível com os demais funcionários públicos e a partir dai, os aumentos seguirem o salário mínimo padrão do país, na China um deputado custa menos de 10% do que um deputado brasileiro. A revolta da nação com essa balbúrdia com o dinheiro público, com o abuso de mega-salários, sem a devida correspondência em soluções para o povo, causa ainda mais prejuízos ao estado, pois um povo sentindo-se roubado pelos seus líderes políticos, perde a percepção do que é certo, justo, honesto e honrado.

6) DESBUROCRATIZAÇÃO IMEDIATA:
Fundamento: O Brasil sempre foi o país mais complexo em matéria de negociação, segundo Wen, a China é hoje o maior exportador de manufaturados do mundo, ultrapassando os EUA em 2010 e sem nenhuma dúvida, a China e os EUA consideram o Brasil, o país mais burocrata, tanto na importação, quanto exportação, além é claro, do seu mercado interno, para tudo existem dezenas de barreiras impedindo a negocição que acabam em muitas vezes barrando o desenvolvimento das empresas e refletindo diretamente no desenvolvimento do país, isso é um caso urgente para ser solucionado.

7) RECUPERAÇÃO DO APAGÃO DE INVESTIMENTOS DOS ÚLTIMOS 50 ANOS:
Fundamento: O Brasil sofreu um forte apagão de investimentos nos últimos 50 anos, isso é um fato comprovado, investimentos em infraestrutura, educação, cultura e praticamente todas as demais áreas relacionadas ao estado, isso impediu o crescimento do país e seguirá impedindo por no mínimo mais 50 anos se o Brasil não tomar atitudes fortes hoje. O Brasil tem tudo para ser um grande líder mundial, tem território, não sofre desastres naturais severos, vive em paz com o resto do mundo, mostrou-se inteligente ao sair ileso da grande crise financeira de 2008, porém, precisa ter a coragem de superar suas adversidades políticas e aprender investir corretamente naquilo que mais necessita.

8) INVESTIR FORTEMENTE NA MUDANÇA DE CULTURA DO POVO:
Fundamento: A grande massa do povo brasileiro não acredita mais no governo, nem nos seus políticos, não respeita as instituições, não acredita em suas leis, nem na sua própria cultura, acostumou-se com a desordem governamental e passou a ver como normal as notícias trágicas sobre corrupção, violência, etc, portanto, o Brasil precisa investir na cultura brasileira, iniciando pelas escolas, empresas, igrejas, instituições públicas e assim por diante, começando pela educação patriótica, afinal, um grande povo precisa amar e honrar seu grande país, senão é invevitável que à longo prazo, comecem surgir milícias armadas na busca de espaço e poder paralelo ao governo, ainda mais, sendo o Brasil um país de proporções continentais como é.

9) INVESTIR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA IMEDIATAMENTE:

Fundamento: Proporcionalmente, o Brasil investe menos de 8% do que a China em ciência e tecnologia, isso começou a ter forte reflexo no país nos últimos 5 anos, quando o Brasil passou a crescer e aparecer no mundo como um país emergente e que vai crescer muito a partir de agora, porém, não tem engenheiria de qualidade, não tem medicina de qualidade, tecnologia de qualidade, não tem profissionais com formação de qualidade para concorrer com os países desenvolvidos que encontram-se mais de 20 anos a frente do Brasil, isso é um fato e precisa ser visto imediatamente, pois reflete diretamente no desenvolvimento de toda nação.

10) MENORIDADE PENAL E TRABALHISTA A PARTIR DE 16 ANOS
(o mundo está envelhecendo...):
Fundamento: O Brasil é um dos poucos países que ainda possuem a cultura de tratar jovens de 15 a 18 anos como crianças, não responsáveis pelos seus atos, além de proibi-las de oferecer sua mão de obra, isso é erro fatal para toda a sociedade, afinal, o Brasil, assim como a grande maioria dos paises, estão envelhecendo e precisam mais do que nunca de mão de obra renovada, além do que, essa contradição hipócrita da lei, serve apenas para criar bandidos perigosos, que ao atingirem 18 anos, estão formados para o crime, já que não puderam trabalhar e buscaram apenas no crime sua formação. Na China, jovens tem permissão do governo para trabalhar normalmente (não apenas como estagiários como no Brasil) a partir dos 15 anos, desde que continuem estudando e, sim, respondem pelos seus crimes normalmente, como qualquer adulto com mais de 18 anos.


Recebi este texto por email dizendo que foi retirado do Blog do jornalista Joelmir Beting da Rede Bandeirantes, e assim o repasso, segundo Joelmir, o texto não está na íntegra, já que não foi permitida a sua divulgação nos meios de comunicação, também, segundo o assessor que permitiu o "vazamento" do relatório da conversa com o primeiro ministro chinês, o governo brasileiro optou por não divulgar estas informações por não se tratarem da real missão do primeiro ministro ao Brasil, que era apenas para tratar de assuntos comerciais entre os dois paises, mas como diz Joelmir, para bom entendedor, apenas isso basta, ou seja, não há interesse do governo em divulgar esses fatos, pois, para o PT e demais governantes, do jeito que o Brasil se encontra é exatamente o jeito que eles sempre sonharam, um país que reina a impunidade política e o povo não tem vez nem voz, até porque, essa cultura que o sr Wen tanto cita, é exatamente o que poderia causar problemas na atual política brasileira, portanto, um povo acomodado e que apenas assiste de camarote o corrupto sacar dinheiro do seu próprio bolso, é o sonho de qualquer criminoso do colarinho branco.

Brasileiro num Mundo em Transição

Acabei de dar um repasse no capitulo Cultura Brasileira do Livro A Refundação do Brasil de Luiz Gonzaga de Souza Lima e de ler uma entrevista do Primeiro Ministro Chinês ao repórter Joelmir Betting.

Também ainda tenho os neurônios vibrando pela leitura de um livro fundamental:
Why the West Rules – for Now: The Patterns of History and What They Reveal About the Future (Por que o Ocidente Domina o Mundo — Por Enquanto: Os Padrões da História e o que Eles Revelam Sobre o Futuro), de Ian Morris
Espero poder compartilhar mais a respeito desse livro.

Vou publicar em seguida a entrevista na Veja aonde fiquei sabendo sobre esse trabalho acima e a entrevista do Premier Chinês.
Que os deuses do copyright e todos mais me perdoem, hoje estou com postagem compulsiva!
Ai vai para quem me atura nessa Páscoa:


Brasileiro num Mundo em Transição

Ser brasileiro talvez não seja um direito... é uma missão. Ser brasileiro não é algo que existe, é algo que se inventa. Não e algo que se encontra, e algo que se cria. É uma afiliação forcada e sedutora. Ser brasileiro, e agir, é produzir cultura.

É possível ficar á margem, ignorar, viver dos frutos abundantes dessa terra e simplesmente não participar do algo maior, que é esse desafio colossal e intimo de encontrar um lugar mestiço e novo num mundo de cores antigas e definidas. Uma nova dança dentro da velha polca... acho que o mundo nunca chegou a valsar.

Se antes respondíamos, ou nos enquadrávamos à ótica eurocêntrica que tinha seus modos de nos qualificar e desqualificar, que tinha seus degraus e comportamentos que devíamos replicar, agora com a mudança das marés da história teremos que nos posicionar, mais coerentemente frente a uma visão de mundo potencialmente ainda mais ancestral e totalitária - a Chinesa.

A entrevista do primeiro ministro Chinês ao Joelmir Betting, é menos uma sugestão que um mandato dum céu de Confúcio, é o velho código de comportamento ancestral do homem virtuoso re-editado para a economia de mercado. Tem mérito, mas provém de uma lógica pré moderna e binária, onde o erro é irreparável, punível com morte, e esse é apenas o primeiro tópico.

Não devemos nos impressionar demais com a ascensão do poder imperial chinês, mas não podemos extrapolar demais nossa influencia ou importância dentro do quadro geopolítico atual e futuro. Ainda somos e talvez continuemos sendo "os pequeninos". Algo positivo num mundo de certezas congeladas e estruturas enrijecidas. Os pequenos, os periféricos talvez percebam e lidem melhor com as mudanças do evoluir da história humana e da própria terra no seu processo cósmico.

O novo cenário que se descortina apresenta o poder mundial em forte transição. Como prevê com forte embasamento o livro supracitado, pela primeira vez em vários milênios e de modo incontestavelmente global o domínio passará das mãos europeias para chinesas. Será um mundo muito diferente e nele deveremos encontrar como nação uma bússola interna muito clara, ou nos tornaremos apenas sujeitos de mandatos do céu chinês, num mundo organizado e limpo a partir do comando central (quem sabe até benigno) de um império totalitário e extenso. Um império acostumado a ser império...

Pode ser que essa seja uma fase importante da história futura, mas também poderá ser extremamente opressiva para os que não encontrarem alguma forma de soberania interna que se sobreponha uma lógica de dominação mundial para organização da economia e do trabalho, e da geração de um fluxo de riquezas que beneficie o “Novo Imperador”.

Mais que nunca se torna importante encontrar um espaço compartilhado aonde a existência plena e feliz do humano possa se desenrolar, e se sobrepor a coisificação e ao congelamento. Esse é um espaço que só pode surgir numa periferia menos ocupada com o desempenho do controle e do poder e mais próxima da experiência plena do que é realmente ser humano nesse universo enorme e misterioso.

Por isso acho importante não nos ocuparmos de pretensões diretas de influencia global, mas sim como tem sido no aspecto de nossa cultura, que nossa "influencia global" continue a ocorrer ainda mais desse modo “divino”, sem agenda, valoroso mas sem preço de uma bossa que se ouve e nos faz balançar.

Ser Brasileiro é uma missão e uma emoção, uma emissão (? rs) de uma vibe subliminar...

Divago no swing irresistível da rima.

O ponto é que ainda somos a nação jovem de antes, e operamos dentro das mesmas forcas antigas, que temos dentro de nos. A inserção de nossa relativamente curta história no contar da história mais antiga da humanidade é uma necessária ampliação de perspectiva e de contexto, pois implica em recontar essa mesma história, com a nossa voz e visão. Voz essa não necessariamente dissemelhante, mas certamente rica em acréscimos fundamentais. O jogo mundial é pesado, e os jogadores são duros, não podemos nos ufanar nem iludir que nos basta o nosso charme tropical, como se fossemos algo pois lá não cantam os pássaros como o singelo sabiá daqui. O sabiá é um tesouro que nos enriquece a alma, fortalece a resolução, alegra as manhãs, mas não nos faz intrinsecamente melhores. O que nos faz bons (e não melhores) é a capacidade de sorrir, de superar, de criar e transformar, de viver do mundo e para o mundo, cuidar, plantar, orar no plantio e festejar a "colheita". E isso vale é claro para qualquer humano nessa sintonia. Quem sabe Brasil não possa ser uma estação de radio para se sintonizar na alma.

Por isso coloquei no grupo algumas reuniões atrás a questão de como podemos de uma cultura nacional (que não é apenas mas é em grande parte uma) nascida de resistência à dominação feitorial e opressiva, que é uma cultura ainda recente de resistência a um coturno ignorante e insensível a singeleza da balada cortante, evoluir em uma cultura que realmente nos aproxime a todos e que seja o alimento duma nação produtiva, acolhedora, ecológica e exemplar. Uma cultura signatária de um mandato mais profundo e amplo que qualquer articulação Confucionista, Marxista, Fascista, Budista, Cristã. Um conjunto de humanos, nação singela herdeira da vida e da história, capitã incontestável de seu presente, e humilde administradora dos tesouros deixados para o futuro sustentável e “sem fim”. Exemplo nunca totalitário da possibilidade inesgotável do melhor do humano, dos recursos infindáveis da Vida. Honrada descendente dos Espíritos ancestrais dessa Geografia generosa. Amiga, pacifica, esplendida, magnifica, singela... Soberana Inatacável.

Resumindo, como um primeiro aspecto, esse texto tenta alertar, que em se falando do lugar do Brasil e da brasilidade no mundo surge a necessidade de uma percepção clara do cenário mundial e de inserção de nossa história dentro da história humana milenar. O que não é óbvio nesse caso é qual é a configuração real do cenário mundial agora e no futuro próximo, a transição do locus do poder não é tão obvia, pois a analise desse cenário futuro é tão complexa com tantos elementos, perspectivas e influencias, que não proporciona uma visão clara quanto ao ambiente mundial que está surgindo e se consolidando. Hoje o que é um fator obscuro e menor pode ser um elemento preponderante no futuro.

O segundo aspecto complementar quer pensar sobre a necessidade de um abraçar mais lúcido e criativo desses aspectos que nos aproximam do que podemos chamar de sonho do Brasil. Ou seja mais que nunca precisamos entender o mundo do qual somos parte desse pais ideal e nos colocar participativamente nele, precisamos encontrar aquilo que pode nos fazer um todo saudável num mundo enfrentando tantas dificuldades.

Se é possível fazer isso de modo explicito, se é possível se pensar num sentimento de pertencimento e de nacionalidade e de como melhora-lo, como distribui-lo eu não sei. Não sei se cabe ai analise e manipulação, ou se cabe apenas um olhar confiante no desenrolar natural desse processo que tem sido a construção dessa nacionalidade. Então fica a questão, será possível, no âmbito da cultura, dessa criação coletiva e espontânea, oferecer significados que possam ser abraçados por todos, que de modo mais intimo e intenso inflame seus corações e mentes, que aqueça a existência, e que abra a roda pra um balanço que ninguém ainda viu nesse planeta, quiçá na Galáxia??

Abraço de um delirante ululante, é o chocolate pascoal!