sexta-feira, setembro 10, 2010

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Vou de Marina - 43

Caros Amigos,

Venho aqui defender a candidatura da Marina Silva, pois nesse momento decisivo em nossa democracia me sinto inclinado a manifestar o que penso. Se não você não estiver de acordo e se essa mensagem chegou a você lhe causando desagrado lhe peço perdão e que simplesmente, apague tudo.

A despeito de todos os argumentos calcados no pragmatismo político e nas ideologias exacerbadas, que são apenas falsidades feitas para nos assustar e convencer, estou buscando um candidato que me fale à razão e ao coração, e me surpreendo a cada vez que olho por essa lente ver que a Marina é uma opção real. Real por que se alguém é de verdade é ela, por que se alguém é autentico é ela, por que se alguém é humilde e ao mesmo tempo motivado pelo bem coletivo, é ela. Equilibrio, bondade, verdade, eu realmente consigo ver em Marina.

Vejo a briga que querem nos vender como a substancial: Dilma x Serra, Proletariado x Elite, Opressor x Oprimido, como uma distração que nos impede de ver que o nosso Futuro realmente positivo não se apresenta dessa forma. Pois é claro que apesar das questões importantes que surgem da oposição dessas forças, seus advogados e candidatos equivocados e comprometidos de fato não fizeram nem farão nada de importante a não ser implementar projetos seus e de seus partidos, separatistas e arcaicos. Não quero Partido, quero Inteiro. Nem um dos dois candidatos em evidencia representa uma resposta à crise que está a nossa porta, crise que não é apenas Brasileira, mas Global, urgente e vital. Os outros, que em sua “oposição” no fundo são iguais, vão contornar a problemática de todas as formas possíveis para manter o estabelecido. Por outro lado um governo Marina, significando não a pessoa apenas, mas as conseqüências políticas e sociais a longo prazo da sua escolha como nossa governante, terá, com todas as dificuldades políticas disso é claro, condições de apontar a ferida e começar a curá-la. A vida representada pelo ideal ecológico é a verdadeira “oposição” uma oposição inclusiva, que visa o bem de todos. É uma oposição ao drama humano de vida em guerra com a vida, do humano em guerra com o humano. É uma oposição a um destino fadado ao fracasso.

Uma amiga me escreveu:
“Guga, eu não gosto de crente. Marina é crente. Vou de Serra, mesmo sabendo que é caso perdido. “

Ao que respondi:
“entendo o seu ponto de vista, e sua suspeita, pois tanto já foi feito de mal em nome de Deus. Eu também não gosto do crente estereotípico, mas noto que existem os que sabem separar a sua crença da coisa pública.Marina tem me parecido alguém desse tipo, e não a vejo invocar o "nome de Deus" diretamente como argumento politico. Serra sim tem ate entoado cânticos em desespero pela sua queda, creio. Em suas declarações ela tem sabido separar aquilo em que ela acredita daquilo que é o espaço da crença do outro. Crentes somos todos, de um modo ou de outro, em algo. Serra talvez seja crente do Liberalismo e de que seu jeito de peixe morto vai funcionar, Dilma é crente da luta de classes. Lula é crente que é o máximo. Eu realmente prefiro como governante aquele que tem honestamente e de coração uma crença transcendente, na forma em que ela vier, no caso de Marina Deus no pessoal, Ecologia no social, do que aquele materialista dialético sem horizonte alem de si e de seus conchavos.

Vou de Marina, não por que ela seja salvadora da pátria, ou perfeita e sem defeitos, ou que vá ganhar, mas por que ela é claramente aquilo que ela mostra ser, e nesse momento eu quero poder votar numa mulher (não na gaguejante Dilmarionete).

Por isso sugiro que façamos o esforço de ver alem, superando maduramente o imediatismo e ansiedade capitalizados pelos “salvadores da pátria”, e escolher, apoiar, e sustentar Marina Silva e o que ela busca representar, alem de pátria - VIDA. Lembrando que Política pode não significar vitória hoje, e que nesse caso vitória não é apoiar o time que tem condições de ganhar, e sim vivificar o que é verdadeiro e bom pela pratica social de suas virtudes. Eu começaria com, alem de votar nela é claro, os seguintes slogans:

Dilma x Serra = MARINA SILVA

Ou

Pela Vida não se preocupe Dilmais abandone Serra, e plante MARINA...

Ou ainda

Pelo bem de todos(inclusive o seu) VOTE MARINA SILVA

Ou alguma coisa nesse sentido, ou do modo como você achar apropriado...

Um abraço, pela vida, alem da ideologia,

Guga Casari

Politica

Vou me atrever a manifestar opiniões politicas nos proximos posts - CUIDADO!

domingo, agosto 22, 2010

Ambiente Hostil 2

Cito, marido de minha sobrinha Emilia tomou um tiro no peito. Os 3 assaltantes confundiram seu carro com o de alguem mais rico, ele, Emilia e o pequeno Luca de 2 anos estavam no carro. As armas eram poderosas, e a bala que tem a propriedade maligna de se estilha�ar em varios peda�os ap�s o impacto n�o matou Cito, sorte no meio da loucura.

Luis Antonio, um cara trabalador, pai de gemeos nascidos nesse ano e de uma garotinha, estava em S�o Conrado, trabalhando no s�bado. Fazia um esfor�o de atender um de seus clientes que queria uma janela instalada logo, ou coisa semelhante. As 8 da manh� foi a loja comprar parafusos e retornou ao trabalho, deparou-se com tiros de fuzil e confundido com um dos traficantes teve uma arma apontada na cabe�a por um policial. Saiu vivo dessa, sorte no meio da loucura.

N�o vai melhorar, n�o n�o vai... N�o assim sem que se fa�a nada, n�o assim sem que se diga e se ou�a a verdade, sem que se pratique o Darma, o Bem...

N�o n�o existe solu�ao homogenea e clinica, nem facil e mansa. Se descortina um mundo e uma nova selva, nesse mundo o Homem �, e o Humano est� mais ou menos "garantido" mas a Humanidade dividida em v�rios estratos se atrita no lugar de se articular. Genios da fisica e da quimica produzem instrumentos letais, que eles proprios talvez n�o usassem, genios da produ��o os produzem maci�amente e barato e cada vez em maior quantidade, Chefes tribais e amedrontados agentes livres os acessam e operam, tragicamente...

N�o n�o vai ficar melhor, mas eu n�o quero desistir de existir, plenamente, conectado e se possivel l�cido. Apesar do sono que isso me causa, da imensa vontade de encontrar uma caverna e me esconder pra todo o sempre tem um vento que vem de longe e areja essa minha febre, tem um dia que chega e me for�a abrir as palpebras, e quando me distraio estou eu, agindo pra perpetuar a vida, sem querer, por acaso... N�o estamos todos?

N�o estava o cara que mandou a bala no Cito em busca de Fortuna, n�o estavam os traficantes funkeiros em busca de Gloria e de Felicidade, n�o estavam os policiais em busca de Justi�a, n�o estou eu em busca de atender aos confortos de minha familia...?

E no entanto que dificuldade de fazermos isso apenas juntos.

quarta-feira, maio 05, 2010

Templo

“Ao longo de minhas muitas vidas e até esse momento todos os méritos que tenha alcançado ofereço para o bem estar dos seres sencientes.”

Muitas vidas, longamente, dando cabeçada, insistindo nas mesmas coisas, tecendo o Karma, plantando sementes. Talvez no meio disso algum mérito, talvez no meio disso alguma ação apontando para a lucidez.

Tateando, se norteando por coisas impermanentes, aprendendo devagar, talvez. Se perdendo, se achando por que se perdeu. Vidas que pulsam hoje, aqui nos meus atos, nos meus modos.

Quanta coisa aconteceu, o quanto demorei para chegar aqui e pensar em méritos, o quanto demorei para ver na minha frente, claro, o límpido o ensinamento do Darma, e encontrar a Sanga nascente da generosidade do Lama. O quanto demorei para encontrar isso, e entender essa virtude, e também o quão fugaz e infinitamente frágil é minha atenção sobre essas jóias. Tão fácil esquecer, tão fácil adormecer... De novo às manivelas, botões e alavancas...

Ao longo de muitas vidas busquei o terreno, me perdi em charcos, em guerras, em paixões, em idéias confusas e grotescas. Cerquei o que não tinha limites, protegi o que me veio de graça. Ao longo de minhas muitas vidas e depois delas, hoje, nesse “hoje” fugaz, vejo um templo. Um templo que me lembra minha casa verdadeira, um templo que entendo só existirá nesse mundo de esforço com a dedicação de muitas vidas por vir.

Ele se funda na tranqüilidade alem desse tempo, e não virá do amanhã, nem de coisas que tenha feito, virá de muitos nascimentos, muitas mortes. A breve ansiedade de conquista nessa vida não é suficiente nem para o primeiro tijolo glorioso, nem meus ossos se prestam para erguer a primeira relíquia para colocar em sua estupa. Sua sustentação e presença nascem de raízes tão profundas que assombram minha existência efêmera.

Vejo janelas que do alto olham um mundo diferente do nosso, pois delas miram olhos que não são os nossos olhos de hoje. Vejo o Darma falando em novas formas, e bandeiras desconhecidas e fantásticas tremulando no vento quente. Vejo pássaros coloridos, papagaios e tucanos, que sobre o céu não deixam marca de seu vôo. Vejo o Boitatá, Curupira e o Saci sabendo e ensinando coisas que não imaginávamos. Vejo novos livros e gentes livres, ou que ao menos entendem a liberdade. Pois um templo vibrante e novo sempre esteve lá, mas agora ouvimos seus sinos, suas trombetas e tambores, vemos suas flâmulas, e olhamos o horizonte imenso por seus caixilhos.

Um Centro de Darma, com um Templo no meio, trazendo de volta a energia, de novo, de novo, de novo. Um assento perfeito, um eixo e ritmo para a Mandala do Lótus, de novo, de novo, retornando. Muitas vidas, muitos tijolos.

Um dia eu era um monge recluso, noutro uma mãe distante, noutro um escravo, noutro prostituta. Um dia eu comi até morrer, noutro morri sem comer, poucos dias eu dei a mão, poucos também encontrei meus olhos noutros. Num dia fui filho, noutro pai, amante, bufão, traidor. Poucos me sentei, menos ainda respirei, e ainda menos vi.

Então quando imagino ser possível colocar um tijolo nesse templo, e quem sabe me lembrar de colocar ainda outro, e quem se atreve a sonhar, um terceiro, pode ser que um belo dia abra os olhos e me levante, e vendo tantos ali simplesmente entenda que não haviam muitos, só um belo dia a viver em todos.