quarta-feira, abril 15, 2015

quarta-feira, novembro 05, 2014

Melancolia

Saudades do Olimpo.
Do coração cheio de emoções enormes 
Como o oceano de Ulisses
Me falta Atlântida
Me faltam faunos, sílfides

Hércules, Caronte, Baco
Hera, Helios, Hermes, Athena
Minotauro, Icaro

Onde?

Um firmamento pra minha alma
Constelações
Norte

O mundo complicou-
Mil dobras
Plano e sem graça
O cruzamos com motores de mil cavalos

Nenhum Pegaso
Riquezas sem fim
Nenhuma maravilha...



Fé e Política.... Acho que não!



Recentemente aqui em minha cidade houve um seminário no CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) fundado pelo Leonardo Boff. Se chamou "Fé e Politica", não participei, claro que portanto não posso discutir o conteúdo, nem criticar pessoas ou qualquer coisa do tipo, mas posso falar do que o titulo me faz pensar.

Fé e Política

Combinação curiosa

Na chamada por um email aberto e publico (por isso aqui compartilho) o pequeno trecho me desafia:

>De acordo com Leonardo Boff, presidente do CDDH, a Fé e a Política caminham juntas na vida de cada indivíduo. “A fé diretamente tem a ver com Deus e seu desígnio sobre a humanidade. Mas ela está dentro da sociedade e é uma das criadoras de opinião e decisão... Pela roda da política a fé se expressa pela prática da justiça, da solidariedade, da denúncia da corrupção”.<

São belas palavras, que no meu ver escondem uma complexidade.

"Deus e seu desígnio sobre a humanidade"

Esse Deus mitológico, em nome do qual sobre o qual muita crueldade já foi feita por aqueles que sabem seu desígnio. Essa fé robusta complicada e séria, que em nenhum momento revela o ponto de sua própria construção e desconstrução. Só os teólogos conhecem realmente sua montagem, e estes mesmos se perdem em seus meandros. Não é um Deus ou uma Fé que oferecem em nenhum momento a liberdade real, que seria a libertação desse Deus imaginário por uma espiritualidade para além de toda forma e conteúdo, nem de uma Fé que ao final se torna desnecessária por um viver inteiro.

Converter essa política em Fé, ou os seus Faraózinhos em mito é a consequência natural dessa mistura. A afirmação é totalmente verdadeira, de que a Fé "está dentro da sociedade e é uma das criadoras de opinião e decisão..." Entretanto o lidar com isso, fazendo a política o veiculo da fé (e de uma só correta e justa) dirigida por aqueles que conhecem os Desígnios, ou faze-la a praça aonde elaboramos as nossas "fés", burilamos nossas opiniões e desvelamos/criamos/entendemos nosso desígnio e potencialidade sempre em fluxo e em liberdade, em liberdade até daquilo que cremos. Por que a vida é mais real que nossos fantasmas, egos e ideias.

Por isso acho o mix do tema do seminário uma daquelas racionalizações perigosas, esse entendimento dos meandros das almas e das paixões, de sua estrutura profunda aonde o mito rege e anima, misturada com um pragmatismo de quem crê que pode adivinhar o caminho por que conhece o desígnio, é um perigo. Tenho certeza que desde Rasputin ou Richelieu, todos os Conseglieri, até o Projeto Manhattan ou o Foro de São Paulo, todos são cheios de boas intenções. Mas a Psicologia que liberta também serve pra manipular, o marketing que vende o sabão melhor vende tiriricas pra plantar em nosso Jardim, e a Fé serve de alavanca, assim como o Mito de justificativa para atos acima da lei dos homens...

Fé e Política.... Acho que não!

Por que fé não é aquilo em que se crê, antes é a capacidade de crer em algo, e acrescentaria, a capacidade de se maravilhar e de compartilhar em inocência a descoberta e criação do mundo. Essa capacidade de crer, de entender, sustenta a capacidade de se dar um testemunho pessoal, e não necessariamente um consensual. Assim como Esperança não é o esperar alguma coisa, mas um entendimento do processo positivo do viver e de seu desenrolar compassivo para aqueles que se entregam ao seu fluxo.

Aprisionar a Fé (no meu entender - a capacidade de crer em algo e infundir esse algo de significado e vitalidade humana) congelando-a no conteúdo (o objeto – aquilo em que se cre), homogeneizar a Fé (todos devem crer nesse objeto de Fé – por mais elaborado e diáfano que seja como conceito) é aprisionar homens e suas energias, é homogeneizar o que é heterogêneo.

Obviamente vou falar aqui abaixo de um mito, o símbolo da coisa virada do avesso, a questão é que na casa de espelhos, na câmara escura, que é a psicologia humana as coisas podem virar assim de ponta cabeça.

O Anticristo, e para este existem várias opções (já esta aqui, nunca existirá, está chegando, é um mito, é real) é produto direto da fé homogeneizante. É o "Salvador" do universo paralelo, (do universo de paralelos que não se encontram) apocalíptico, finalista, dividido que se tornou o nosso. Profetizado por aqueles que viram nos mundos prováveis desde um passado até nosso agora, a forte tendência e real consequência de um pensar que separa a humanidade, agora tecnologicamente empoderada, ansiosamente acelerada, atômica, entre escolhidos e não escolhidos, entre fieis e pecadores. O Anticristo nem precisa encarnar, e já terá a seu serviço os maiores fieis, as carolas mais dedicadas, as rezadeiras mais fervorosas, todos os maiores apologistas da fé em (algo ou alguém) terá a seu serviço esquerdas e as direitas em igual medida na criação do não futuro.

Não, Fé e Política não funcionam...

sábado, setembro 21, 2013

Não um paraiso, apenas uma terra boa pra gente

No meu modo de ver, e falo de um modo não técnico, impressionista, quando as fronteiras e os limites de um pais eram as do mapa, tínhamos um lugar que era a Paraíba dos coronéis e uma Capital + civilizada. Mesmo que essa capital fosse atrasada em relação ao mundo pre globalizado, os papeis relativos de civilidade e coronelisse se mostravam.

Hoje me parece que num mundo globalizado somos a Paraiba Global. Sempre achamos que o BR estava destinado a grandes coisas, está lá num daqueles estranhos implantes meméticos que resistem o bom senso e a extração, sempre fizemos o jogo de cena pra ingles ver. Hoje apesar da palhaçada da dita indignidade Ahmanejadiana da Dilma diante da araponguice Americana estamos mais que nunca quintalizados, em função de nosso atraso mental e emocional coletivo (a soma de todas cretinices).

Isso pode parecer o velho discurso comparativo tipo, o bom mesmo é na Noruega, na Islândia, nada disso. O bom mesmo é parar de pensar que o Brazil vai ser alguma coisa, e ter a noção doída e clara de que somos hoje uma grande Paraíba. Precisamos da Luz de Lampião, é a única compatível com essa cangaço de imbecilidades que se tornou nossa política e nossa justiça. Qual é o estampido, o ribombar que precisa ser ouvido pra causar aquele temor de morte nessa gente/bicho, nesses caranguejos lamacentos, nessa praga do Egito? Caraca! Os ouvidos e bom senso dessa gente, a dignidade, sei lá um senso de probidade, ou uma vontade minúscula que fosse de ser bom, sei lá... isso passa ao largo desses sobreviventes e criadores de escassez, essas bocas enormes e famintas, e esses juristas a serviço do Diabo na Terra do Sol. Estamos condenados a ficar na mão de quem serve esse capeta? E não venham com essa coisa que não existe bem nem existe mal - tem ruindade sendo feita, tem que pensar simples e claro como Virgulino, pra ver que que a sanha do tinhoso é o motor dessa canalha. O Canhoto é assanhado e usa toda arma pra confundir, e o detalhe a minúcia é o reino que mais domina.

A dignidade é simples e a gente sente no bucho e no peito, dá um nó nas tripas engolir esses sapos, um arrepio no cangote esses gafanhotos nos entrando pelo rabo enquanto cantam o hino nacional.

De qualquer modo desculpe o desabafo, depois eu uso um embargo detergente pra limpar minha ficha. Sustento nesse mundo muderno a difícil e improvável tese do Capeta,é que num mundo de leis e direitos o canhoto consegue torcer pra esquerda o que devia ser reto. E me desculpe tambem se esse treco de direita e esquerda causa trincar de dentes, e mais, me desculpe se é politicamente incorreto traçar um eixo de distinção entre o Paraibanismo e o Não Paraibanismo, e vou alem, me desculpe se é de mal grado vituperar num espaço da lógica e do bom senso, é que meu saco encheu. Penso se enquanto estamos aqui discutindo (importantíssimas, eu acho que são) questões de ordem, as hordas do apocalipse só pensam e de novo no Reich de Mil Anos, bicho ruim quer fazer ruindade pra sempre.

 A humanidade é uma coisa potencialmente maravilhosa, mas é incrível o poder que uns poucos conseguem de nos levar pelo anel no nariz. Esse nosso lado bovino quer matadouro, quer virar carne de embutido. Quando a coisa é tão abstrata quanto essas que os Adbominaveis Juristas conseguem justificar é claro, me dá a faca que eu mesmo corto o meu bife! AAAAAARRRGH! Deixa que eu infrinjo meu embargo...

O capeta, de novo, é uma coisa assim tipo a gente para de confiar na nossa bondade e bom senso e a achar que a Capital (e O Capital) afinal sabe o que é bom pra nós. A gente para de falar PUTA QUE OS PARIU! no exato momento, automaticamente, de forma pura e expontânea assim que ouve EMBARGO INFRINGE-A-GENTE - PUTA QUE OS PARIU!

Ou então deixamos de clamar por (e incorporar) Lampião, ou sei lá alguma voz vital, primitiva e justa, ou pela Ira de Geová (dentro de Nós) pra encontrar a simplicidade de um Jihad. Tá legal, caríssima voz ponderada, chamar pra guerra (!!??) incomoda. Mas tem essa guerra de ratazana, de morcego, essa guerrilha de quadrilha, de máfia que está sendo perpetrada pra uma era de trevas... Preciso da imagem dramática, preciso arregimentar um instinto de urgência. Tem um óleo escuro, tem uma legião de zumbis, e tem em algum lugar clareza, nitidez além de ambiguidade, além de dicotomia.

Em algum lugar a gente pode dizer No Más! Chega! Parou com essa Merda! Não pode?

Em algum lugar somos soberanos, inatacáveis, bons e inteligentes, em algum lugar existe tração pra que um pais de verdade, deixe de patinar e ande finalmente numa direção que seja boa pra todo mundo - Todo o Mundo

domingo, setembro 15, 2013

O Reciclodita e a Cobra

Antropomedimos
As cordilheiras em polegadas
Os rios em braças
O tempo em que acordamos ou dormimos
Em frações invisíveis

Con-sideramos as estrelas em constelações
De seres e animais que imaginamos
Trogloditando reciclamos em cultura
Uma história que contamos.
Quando digerirmos e regurgitarmos tudo,
Recicloditas garimparemos
As pilhas de trecos que deixamos
Na busca de algum tesouro perdido?

Esqueceremos de quem somos, o que será de nós quando cada um acreditar apenas em se próprio nome? 

Digo para mim:
Aquiete os latidos
Aquiete o sono e o escuro
Galgue acima da névoa
Dentro de uma luz sem em cima
Sem embaixo

O labirinto visto desse alto
Com asas de Ícaro instáveis
O touro raivoso ruge solitário
Chamando de volta pro mundo
Pra luta.

Digo para mim:
Coragem não se precipite, não se assuste com a vertigem de não ser você, de não ser do mundo. Mantenha-se em queda livre, livre de queda.

Veja

Uma Jibóia na água
Se enrosca em si mesma
Vejo isso do azul transparente
Uma cobra se dá o meu nome
Me convence de vestir sssssua pele...
Um turbilhão me engole
E parece natural estar ali
Dia após dia remoendo o futuro com o passado
Dando nome a cada pedaço
Fazendo listas de quantidades
Inventários de badulaques
Lembretes de esquecimento.

Penso:
Criminalizamos a natureza
E escravizamos escaravelhos
Medimos a química de sapos
Enquanto gotejam isótopos da ampulheta atômica
Com a qual resolvemos marcar o tempo.
Nessa clepsidra de nanosegundos
Que divide os momentos divididos
Em pedaços irreais situa-nos em GPS sufocante 
Preciso e inescapável
Enredamos o tempo e o espaço

Damos forma e utilidade a coisas que não existem
Fazemos vigas e colunas de coisas
Que nunca as foram
Fazemos chá de folhas que não eram bebida
Descascamos bananas e tangerinas como se fossem embaladas
Para nós. 

Nossos dedos penetram e manipulam todo recanto escondido
Imorais.
Pulverizamos, desmontamos, escavamos
Fazemos braços e pernas enormes
Derretemos e reformamos,fazemos engenhos, motores, explosões
De coisas que não se projetavam fazemos foguetes,
Nos quais plantamos instrumentos intrincados
Levando botões e questões que inventamos
Pra outros mundos além.

Damos utilidade a coisas que se queriam inuteis

Nossas palavras parecem fazer sentido do mundo
Enquanto o prendem e equacionam
Nomeando todas as coisas
Arrumando nossos neurônios
Como se falar não fosse também mentir
Como se falar e ocultar não fossem a mesma moeda...

Apreciamos
Os valores relativos
Que um mercado futilmente dita
Nossos colares e pulseiras pulsam, pulsarão
Com imagens do pensamento do dia
Do consumo do dia
Revelarão nossa localização e batimentos
Nossa pressão e corrente galvânica
Os pelos arrepiados de nossa nuca
Nossos medos
O momento em que gozamos...
Nos orientarão por um mundo mapeado
E outros mundos simplesmente
Sumirão do espectro visível
Na ignorância e treva, no esquecimento
As trilhas na mata esfriarão,
A mata terá um preço
As estrelas também...
[   X   ] vai colocar sua logomarca na Lua.

Isso tudo é possível, e deverá acontecer
Junto com todo impossível que sou incapaz de imaginar.
O pensar só me leva aonde pensamentos podem levar.
A cera que prende as penas de minhas asas
Não é afeita ao calor do Sol
Para um voo que se limita a uma fuga do mundano
Um alçar-se do horizonte pra nunca chegar no céu.

Esse pobre cordel feio e desconjuntado
É o ridículo do profeta
É um conto de fadas ultrapassado
Mito solitário, medo, solidão
É bater na parede até sangrar
É explicar um elefante pelo tato
Para um surdo mudo.

Aquieto o escuro,
Acalmo os latidos, 
Apaziguo os pelos,
E lá está o mundo
Vomitado pela cobra.



domingo, agosto 18, 2013

Sobreviver

Hoje acordei sonhando ou pensando em sonho.

Se um prisioneiro vivesse numa prisāo altamente perigosa aonde a expectativa (presumida) de vida fosse, digamos, menos de 5 anos e alguem lhe fornecesse uma pilula que o fizesse muito forte e resistente, capaz de enfrentar e vencer as lutas, mas que garantidamente ele morreria em 10 anos. Alem disso a propria industria que fornece a pilula fosse a que mantem a prisāo. Em relaçāo a tal pilula, e a toda a logica de seu consumo, de dentro da prisāo ela pareceria a coisa certa a se fazer, desejavel. Do lado de fora da prisāo a visāo sobre os fatos seria muito diferente.

De certo modo e em certa medida o mundo que vivemos tem essa configuraçāo, toda a tensāo da corrida de ratos, todo o medo e suspeita que somos levados a ter do próximo, e toda a pequena e grande corrupçāo de açāo, emoçāo e pensamento que somos induzidos a cometer por presumir que o mundo e nós mesmos somos de certa forma e nāo de outra. Um caldo de cultura violenta, aprisionante e de valoraçōes que nos alienam do real, do próximo, do presente, uma sufocaçāo da propria alma, e um sistema que nos fornece todo tipo de pilulas que nos dāo mais “10 anos de sobrevivencia” dentro desse cenário.

E nāo queria ir na direçāo dum Matrix aqui. Pode ser que nāo existam pilulas azuis, pode ser que a condiçāo de existencia daqueles que nāo se medicam nāo seja facilitada.

A menos que... Deixem voluntariamente de reproduzir os muros da prisāo, os comportamentos da prisāo, a voracidade e ganancia ansiosa da prisāo...

E aqui entro numa parte mais complexa, quase uma psicografia de minha ansiedade em relaçāo ao estado do mundo.

Existe uma pressāo sistemica em torno de um atrator diabólico, um eixo sequestrante de nosso mundo, um movimento excentrico que parece ser o real. Esse movimento está ganhando energia. Daí que vemos o horizonte do futuro como tenebroso e assustador.  O que consideramos ser o nexo da nossa passagem para o futuro vem de uma historicidade falsificada que nāo leva em conta toda a profundidade da existencia humana. Historicidade que nos coloca vindos de um passado idilico do qual decaimos, e um futuro aonde reconquistamos nosso lugar a direita do Trono divino (ou morremos lutando com Mad Max). Esse eixo falsificado de nossa existencia é apenas tangente e nāo aponta para o cerne real do Kosmos, é um deslocamento, e uma aceleraçāo frenetica e alienante dos fluxos do Universo. Mudar o eixo do seu spin para entrar em fase com o ciclo acolhedor, promissor e prospero do movimento galático é fundamental. 

E a pergunta que acompanha esse alinhamento é:

A quem voce serve?

Pode ser que precisemos ressucitar os Deuses gregos para que nos representem mais uma vez a imensidāo da alma humana, para que recobremos o pulso e o fogo divino em nossos coraçōes atemorizados. Pode ser que precisemos de  Hercules para conceber a amplitude que pode ter a açāo do individuo a serviço dos Deuses, o esforço, o sacrifício, a recompensa. Talvez nos faltem as histórias de caçadas e aventuras contadas na fogueira pra substituir as guerras de games eletronicos adrenalizando nossos cerebelos e retinas. 

É desesperador sentir que em nosso abraço e dança flutuante sobre essa esfera nāo nos olhamos amorosamente nos olhos, ao inves disso nos abraçamos como se estivessemos em queda livre e só um de nós tivesse paraquedas. Nossas almas estāo apertadas em garrafas pequenas, atormentadas por pensamentos fugazes e cronicos. 

Claro que essa nāo é verdade generalizada, elas nāo existem, é esse sentimento relativo de desesperança diante desse aprisionamento aparentemente irremediavel. Tantas vezes chego aqui nesse meu texto recorente e pesado e tento dar a volta, criar ao menos uma alternativa, uma saída. A verdade, essa sim uma verdade pessoal, é que nāo atingi essa realizaçāo que me de credito para dizer, vai tudo ficar bem.

Vai sim tudo ficar bem, é que eu nāo consigo ver como, o que talvez remeta para um segundo ponto, o da necessidade de se entregar, de largar māo do aperto mortal no meu coraçāo e deixar que bata livre.

Me rendo, me entrego.

Ao mesmo tempo que sou prisioneiro de um sistema sufocante, sou um fugitivo renitente da verdade do meu ser. Paradoxo máximo, minha liberdade final pode ser resultado de me entregar, de encerrar minha batalha por defender esses muros que me aprisionam, e os vicios que me alienam...e de encerrar minha carreira de “crimes”.