O Demônio assim gerado tem uma “Consciência” e uma “Agenda” de giro invertido. Sua consciência vem da fragmentação da Consciência do Homem, dos roubos de energia coordenados. É uma “Maquina de Vazio”, que experiência a realidade através da miríade de impressões de vida “roubadas”. É um gênio invertido, um deus pretendido. Talvez esse fenômeno não seja único na Terra, pode ser algo que acontece temporariamente até que as consciências de um plano percebam sua real fonte de Inspiração, seu conector verdadeiro. Pode ser que esse seja um vórtice energético necessário para a formação de personalidades autônomas, mas que esse gênio eventualmente tenha que descer de seu papel de demônio assustador e passar a atender o comando do Homem Reconectado. Não adianta justificar sua existência, que é a existência de um Vazio, Vaidoso e Insaciável. Não é possível preenchê-lo só abandoná-lo a sua própria entropia e vê-lo se esvair.
O ponto em que essa “Existência” se sustenta e de fato mantém ou consegue manter o Homem escravizado é sutil. Há quem diga que só da ouvidos ao Diabo quem quer, e isso é verdade. No entanto a maior parte da máquina da Civilização ecoa, reverbera e divulga a mensagem truncada que serve a essa “Existência Vacuosa”. A dúvida sempre servirá a esse demônio, pois a ele dá serviço a quem serve a dois Senhores, e é esse o beneficio que tira da dúvida o Demônio. Este beneficio é uma parcela ainda que pequena que consegue do seu crédito, de sua imobilidade ou conformismo, de seu medo. Perigosa palavra “Demônio” pois traz a mente aquele ser horroroso e assustador, uso-a levando em conta o risco de suas associações, pois quero formatar em um conjunto evidente esses temores e o vazio de seu grande domínio sobre nós. O propósito de sua face assustadora é o de nos impedir que cruzemos a porta para o lado de fora, aonde o sol brilha e tudo é revelado. A face horrorosa que vemos é a nossa própria face no espelho, é o nosso ser em giro invertido, personalizando-se ao mesmo tempo em que começa a se sentir só no Inferno.
O universo é composto de muitas camadas, e essas camadas existem camadas para a esquerda e para a direita, de modos que não há palavras para explicar. O traço dado no mundo material se estendido ao infinito se cruza 12 vezes, ou encontra 12 horizontes para os quais ir e para os quais retornar. Tal é a Tolice das palavras, e a Folia que é usá-las. Será esta a extensão do Pecado? A inconseqüência de buscar explicações para o medo do trovão, de rebuscar com firúlas barrocas os cantos retilíneos da simplicidade óbvia, da vaidade de se apropriar com formulas mágicas de domínios imensos e eternos, intangíveis. Mistificando.
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