terça-feira, março 15, 2011

Refundação Integral

Pensando na Refundação - 12.03.2011 – Guga Casari

Ofereço esse passeio e uma viagem, desculpem a ocasional lacuna, algumas informações importantes podem estar mais abaixo no texto. O texto ficaria ainda mais longo se eu fosse desenvolver tudo, por isso conto com ter conseguido escrever mais ou menos bem nas entrelinhas...comentários são bem vindos. Esse texto se inspira fortemente nos trabalhos e aulas do curso Questões Humanas Contemporâneas, ministrado no CDDH em Petrópolis(Centro de Defesa dos Direitos Humanos pelo Professor Luiz Gonzaga de Souza Lima.

Centro – centrado na terra – mundo.cêntrico – cosmo.cêntrico – perspectiva solar.

Perspectiva integral e analise a partir da Dinamica da Espiral

Brasileiro = guerreiro na selva incivil da vida social brasileira, lutando individualisticamente para salvar o pão de sua tribo/familia. Encontra-se longe (como massa critica) da noção civilizatória do estado de direito, da virtude da lei, por que sua experiencia social é a de viver num ambiente opressivo onde a lei lhe rouba e agride. A evolução natural atraves dos estágios da espiral ficou impossibilitada por estes estágios terem sido podados ou enxertados. Principalmente devido à formação social excludente, pela base da sociedade em grande parte ser constituída no inicio da nossa história por sequestrados e assassinados.

Como uma sociedade pode ser formada por assassinados? Ora por que sua ausência forçada (assassinato) foi vista como necessária para a formação social. Então mesmo horrivelmente excluídos eles fazem parte, como espíritos que clamam por dignidade, lembrança, justiça, repouso. E por sequestrados? Ora o que foram os escravos, aos milhões, senão homens e mulheres sequestrados de suas vidas? Que grande desvio, que grande arrancamento não é ser tirado do seio da sua tribo e levado a outras terras, sem nome ou alma, sem destino conhecido ou explicado...

A experiência tradicional de desenvolvimento através dos estágios de crescimento que são demonstrados na dinâmica da espiral (Spiral Dynamics) não se deu aqui. Existe um aspecto Frankenstein na montagem de nossa sociedade. Nossa vivencia de sociedade é um tecido retalhado e ferido, completado de muitas experiências estrangeiras (estranhas, alienadas de nós históricamente, alienantes). Lembranças imigrantes ou apenas aprendidas, ideais comprados e sentidos como se os houvéssemos vivido. Lembranças mais emprestadas mais que realmente vividas na terra. O enxerto dá mais ou menos certo, mas o doente anda sózinho mas não pode correr por assim dizer. Não que a aparencia não seja de uma coisa inteira, o problema é que por algo repuxa, as peças não encaixam tão bem, e a gente olha no espelho e parece que está faltando alguma coisa...

As raízes tribais locais (indígenas), que seriam a inserção natural na terra de uma cultura brasileira, foram devastadas. Outras raízes tribais (negras) foram arrancadas de suas terras e foram replantadas aqui em terra sofrida. Toda uma cultura proto-moderna (conquistadores) se instalou aqui sobre a exploração dessa outra cultura artificial e escravizada, desintegrada da sua constituição tribal original, naquela pirâmide sórdida de exclusão que estudamos. Todo um estágio de experiência social guerreira e tradicional previstas e observadas na dinâmica da espiral simplesmente não se deu aqui. As formas tradicionais impostas através da catequese de controle se impuseram diretamente sobre uma cultura indígena devastada ou negra sequestrada, que ainda não haviam passado por um estágio guerreiro, resultando num efeito civilizatório capenga e no retardamento da vivencia do estágio guerreiro. De Canudos, às Missões, aos Quilombos as insurgências Guerreiras foram sumariamente reprimidas. Hoje a resposta é o surgimento duma mentalidade guerreira e individualista do trafico e da violência, um movimento aparentemente retrogrado que na verdade é um impulso evolutivo de individualidade e afirmação (tribal > guerreiro) reprimido a centenas de anos.

Por isso O brasileiro médio parece ainda precisar ser seduzido, no melhor dos sentidos, para vir participar de uma sociedade centrada em bases tradicionais. Apesar de este ser um cenário “pre-moderno”, uma sociedade baseada em valores tradicionais é um lugar de algumas virtudes aonde idealmente cada um sabe o seu lugar, debaixo da visão benevolente de um Deus que organiza o Universo e sob a proteção de um estado (não necessariamente paternalista). Creio que o Brasileiro ainda precisa se sentir seguro e resguardado, valorizado e tambem cobrado (daí percebido), dentro de um esquema maior.

Orientar esse impulso guerreiro vital autêntico de forma produtiva e não destrutiva é um desafio. Por que a experiência de ser parte constituinte de uma sociedade ainda não aconteceu realmente para a grande maioria dos Brasileiros que ainda buscam essa afirmação e individualidade. Passar rapidamente em números substantivos e de modo participativo (não imposto – seduzido pela virtude) desse estágio guerreiro para um estágio regrado pela lei (de guerreiro>tradicional) aonde a grande maioria possa passar a viver num ambiente civilizado, ainda que pré-moderno, é uma necessidade para estarmos à altura dos desafios do século 21. Eu diria que esse seria um processo terapêutico, mais do que um processo de longo prazo, visto que de fato todos hoje vivemos numa era e com recursos e consciência moderna e pós-moderna. É mais uma questão de reconstituição dos “tecidos” das redes e das conexões, é uma questão de reestabelecermos uma estrutura natural de convivência, como um reboot no sistema e um reencontro dum software social orgânico e benigno.

Sonhamos, Brasileiros ainda meio nacionalistas, em nos tornar grandes no mundo, queremos que alguém lá fora nos reconheça como nação. Acredito que esse tormento de querer ser reconhecido começa a passar, sinto que vamos amadurecendo e encontrando um jeito calmo de apenas ser. Oxalá encontremos.

Para amadurecer precisamos olhar nossa história de frente. Vemos ao olhar a pirâmide da nossa formação social excludente, como um tantinho de gente que mandava estava em cima dum tantão de gente que nem contava como gente, que contava como força sem alma, apenas... A gente começa a entender essa distorção, insalubre e monstruosa para nosso olhar atual. E quando pensa nesses termos, analisando a nossa formação original não de sociedade, mas de estado fabril moderno voltado para fora de si, o vemos sequestrador e excludente. Aparece ao olhar, figurativamente, uma moenda de gente, comerciante de doces prazeres, e o choque nos pede que contemplemos nosso Karma, e nosso lugar nessa história.

Karma é um conceito muito importante de ser apreendido, é uma forma de entender o que acontece como resultado de nossas ações. Devemos despir a palavra de negatividades, do sentido de punição, expiação e culpa que agregamos a ela aqui no ocidente. A palavra Carma é traduzível de modo simples como Ação. Devemos entender que o conceito de Carma surge da compreensão que nós nos movemos e agimos num Universo vivo, bom e responsivo, que nesse Universo ao longo do tempo depositamos o resultado de nossas ações seja na forma de predios, de nações, de relações, de habitos, de respostas programadas... Carma, Ação continuada por muito tempo que deixa marcas, trilhas, formas construidas de acordo com as razões que nos levaram a realizar essa ação. Essas formas se tornam uma realidade envolvente, tão mais concreta quanto nela tenhamos investido esta Ação.

Agindo de acordo com a necessidade organica da sustentação da vida do cosmos, ou em oposição obstinada e ignorante ao impulso amoroso dessa mesma vida, nos colocamos em situações mais, ou menos, auspiciosas. No fim, é minha crença pessoal, tudo acaba chegando ao mesmo mar da bondade compassiva do criador, ou “des.antropo.morfizando”, todo conflito chega numa forma de equilíbrio positivo, na realização inevitável de crescimento daquele que o viveu. Creio ser possível perceber isso quando se olha numa escala mais ampla e desapegada. Mas, despindo-o de toda a mística, e apenas necessitando o entendimento que somos conectados a toda a vida, o conceito de Carma não é um de expiação e punição, apenas diz respeito ao resultado, muitas vezes imediato, outras vezes acumulado, de nossas ações. O conceito Carma indica que é melhor estar conectado a vida e ao cosmos de modo positivo que de modo negativo.

Voltando então ao significado de Carma nesse contexto: Uma malha de ações construiu essa nação, impregnou as arquiteturas e paredes, as leis, impregnou nossas relações de significados. Essas como todas outras, foram e são açoes que deixaram a semente para que por falta de lucidez nasçam inadvertidamente novas ações de mesma “vibração”, “energia”, “ressonância”, de mesma semelhança, de mesmo DNA. Nesse aspecto a nossa Malha Brasilis é uma malha com alguns defeitos que precisamos curar, com limitações que não são mais necessárias, com dores para as quais existem remédios e cura. Imagino figurativmente uma regeneração, por meio de um procedimento re.genético que encontre em nossas proprias “células tronco” os melhores genes (esperanças, desejos, ambições, capacidades) genes que nos projetem num futuro positvo, abraçados com o corpo maior da humanidade.

Estudamos no curso Questões Humanas Contemporâneas, ministrado pelo Prof. Luís Gonzaga além da formação social excludente, a importância do novo mundo e do Brasil na fundação da era moderna. Sem os recursos (e os sacrifícios) das Américas, e no caso de nosso estudo especialmente do Brasil, o surgimento do mundo moderno, do homem e da mente moderna, e da era global que hoje vivemos não teriam sido possiveis. Foram os espaços de liberdade abertos à exploração de novos modos de ser; os recursos materiais (ouro prata); os recursos de espaço fisico indefensável pelas populações ingênuas e desarmadas de aço e, portanto sem condições de se contrapor à obstinação dos conquistadores; os recursos energético-alimentares (açúcar, batata, tomate, café, milho...), as novas formas de comercio e intercambio globais surgidas da exploração das novas fronteiras, que possibilitaram a energia e o campo aberto para o surgimento e maturação do moderno em sua forma desenvolvida. Como vimos outras vezes em sociedades tradicionais o pensamento regido pela razão buscou surgir, sendo a Grécia o exemplo mais conhecido, mas tambem na China e na India. O pensamento regido pela razão entretanto foi incapaz de se tornar dominante, ficando adormecido até a era dos descobrimentos apenas como um potencial no bojo da sociedade e na mente do Homem.

Hoje olhamos a modernidade já a vemos como coisa pronta, e criticamos suas falhas, a principal talvez seja a exploração desacralizada do Homem e do Meio Ambiente. Podemos não estar conscientes disto mas este já é por definição um olhar pós-moderno. Um olhar que se afasta da mentalidade moderna dominante e percebe suas falhas. O pós-moderno entende toda a realidade como construída. Diferentemente do moderno que vê a realidade como sendo materialmente estática, o pós-moderno entende que o olhar constroi, que o mundo surge do interior do humano e não apenas como um dado externo, ele é um resultado da experiencia que a consciencia realiza sobre ele. Como demonstrado pela fisica quantica e pela demosntração de que tanto o observador como o seu experimento, que é o modo como questiona e prova a “realidade”, são formadores da própria experiência do que é real e daquilo que é percebido. Por isso o pós-moderno busca valorizar as diversas interpretações do significado do Cosmos surgidas em todas as culturas por entendê-las como igualmente válidas criações do Homem. Assim como busca, em oposição à aridez religiosa do periodo moderno, re-sacralizar as relações. Faz isso ainda de modo ineficiente, pois o entendimento que toda a realidade é construida, ao nivel pós moderno, traz todas as verdades para um mesmo patamar de valor, nada sendo realmente mais valioso, ou apropriado que qualquer outra coisa.

Daí que, no ponto em que muitos de nós nos encontramos hoje, pode surgir certa resistência a qualquer coisa entendida como um julgamento de valor. O problema é que o que o que surge após a relativização e desconstrução ultra critica do pós-moderno tende a se tornar uma sopa homogenea onde tudo é igual a tudo mais. E no meio disto, um curto circuito sem diferença de potencial, Deus (que morreu na modernidade) ou o poder amoroso da vida acaba com dificuldade de agir. Claro que isso só acontece na nossa ignorância, pois esse poder age independente de nossa opinião a seu respeito – Graças a Deus! Ainda assim, beber dessa sopa morna de valores nos torna instrumentos menos capazes de ressoar sua música, nenhuma corda se retesa, nada realmente vibra...

O proximo passo no caminho evolutivo da humanidade e das sociedades não é um retrocesso ao modo antigo do bom selvagem, e sim um perceber-se não no meio de um caos de visões de mundo conflitantes, ou num sopão onde tudo é igual a tudo o mais, e sim no meio de uma complexa ecologia de valores que começa a se revelar. Como brumas que subindo quando vem o sol não turvam mais a paisagem, a revelação da existencia de uma estrutura interna no homem e nas suas associações com o outro (e com o mundo, a natureza, a sociedade) passivel de ser compreendida, e que é uma das principais conquistas do pensamento Integral, permite uma nitidez sem precedentes no entendimento de nossa história, e daquilo que podemos conceber como nosso futuro e destino. A fase moderna e seus conflitos não são o patamar final, ou definitivo, e um próximo passo do crescimento e evolução do Homem e da Sociedade se descortina, essa etapa se chama Fase ou Etapa Integral. E proeminente na visão de mundo dessa fase é exatamente uma grande clareza no entendimento do crescimento evolutivo do Homem e da Sociedade em fases com transições claramente marcadas. Nominalmente essas fases já citadas de passagem acima são em ordem de complexidade (não de importância – todas são igualmente fundamentais) Arcaico > Tribal > Guerreiro > Tradicional > Moderno > Pós-Moderno > Integral > e por ai afora. Isso é um amplo estudo que eu fervorosamente defendo. Essas mesmas fases se observam no amadurecimento do ser humano de bebe a adulto, e são observadas com nomes diferentes em outras abordagens que estudam o desenvolvimento humano. Essas fases surgem, no caso das sociedades como respostas (Visões de Mundo) que surgem diante de Situações de Vida. E hoje a complexidade da situação de vida de quem está na “crista da onda” é uma de desconstrução pós-moderna da visão e valores modernos que exige uma nova síntese e direcionamento a partir de valores integrais e Mundo-Eco-Abrangentes.

Quando penso em Refundação para mim a coisa para mim vira esse Tsunami e passa muito fundo, incluindo um resgate dos assassinados, dos sequestrados e escravizados, daqueles que foram alienados de suas forças de vida e impedidos de crescer em humanidade de forma organica e natural. Passa por honra-los como meus próprios antepassados. Nesse caldeirão entrou muita gente, e tanto quem foi tragado e cozido, como aquele que disso se alimentou vive direta ou indiretamente em nós, hoje, nas ruas asfaltadas e cibernéticas de 2011. Esses foram de modo bastante verdadeiro nossas Mães, nossos Mártires Silenciosos e nosso Alimento. Desse ventre nós surgimos como Brasil, e o mundo surgiu como Moderno e evoluiu para além das limitações do tradicionalismo secular.

Quando penso em Refundação Brasileira penso na espiral de experiencias humanas que tem que ser reestabelecida, no vortice de evolução benigna que tem que ser restaurado para que em nos, Humanos nascidos Brasileiros, a humanidade encontre seus novos espaços, seus novos horizontes, e que de vez fiquem para traz a ansiedade e o medo, a opressão e a exploração do Homem e da Natureza pelo Homem sem alma.

Quando eu penso no Brasileiro eu penso, o que o move? Não é a disciplina militar, o Brasileiro não se conforma nem se robotiza em liturgias sociais complicadas; Não é a praticidade e a agressividade secas dos povos invernais, o Brasileiro é materialista por acaso, acho que por que ainda não concebeu outra forma de ser que não as formas já arcaicas da modernidade, aquele modelito cansado de “O Homem sobre todas as Coisas (até do Homem)”. Acho, vou arriscar esse palpite, que o que move o Brasileiro é Paixão, e eu diria que não é apenas uma paixão da fome, ou da sanha dum prazer, é uma paixão ideal, estética, palpável, pela vida, e quem não sabe pela justiça e pelo espirito. Uma paixão que se tornaria Solar, se permitíssemos nossos corações arejados alçarem essas alturas. E me empolga especialmente pensar numa paixão ensolarada, aberta e destemida, pensar numa civilização pós-egípcia, com pirâmides de sapé venerando os dias e o sol, e o milagre de vivermos e compartilharmos entre nós o que é de mais vital no humano. Algo que saísse cantado de nossas vozes como verdade, e soasse assim misterioso e sedutor como bossa nova para os perdidos desse mundo, algo que acolhesse e abraçasse apenas por dizer um simples “E ai, tudo bem?”. Um segredo escondido e maroto de quem sabe o viver. Agrada-me pensar em uma civilização solar, ao mesmo tempo sal da terra, simples como cafezinho, gostosa como aipim, despreocupada como o verão, comprometida como a paixão... Fogo ardente, espontâneo. Nada das formalidades cansadas, das trilhas desgastadas, da mente obtusa e contábil. Clareza, propósito. A segurança dum abraço, dum aperto de mão caloroso. Verdade estampada num estalo no ar. Será que esse Brasil caloroso, seria um braseiro derretendo o que era sólido, será que dessa forja, hoje morna, se oxigenada e aquecida sairia o aço e o silício dum novo tempo? Por que na realidade do Brasil, como se fosse algo destacado do mundo, não vale a pena se ufanar, mas desse setor de experiência da humanidade nessa esfera bem pode surgir um componente importante na trajetória evolutiva da humanidade. Afinal as naus que trouxeram nossos corpos, trouxeram nossas almas senhores ou escravos, as armas que mataram nossos corpos, doeram em nossas almas senhores ou indígenas, as riquezas que produzimos nessa terra, e que dela arrancamos surgiram em nossos corações e neles persistem.

São os valores que damos as coisas que as tornam valiosas, é o valor que damos a nossa história e o que com ela aprendemos que a torna gloriosa. É o sentido que damos a nossas ações no mundo que as tornam poderosas. Na luz apaixonada iluminemos o mundo com sentido, proposito e justiça, deitemos nossos olhos na beleza de cada aspecto da vida e não vejamos nada de errado debaixo do céu. Que nossa luz atravesse um mundo transparente e leve, e nós mesmos não nos apeguemos às coisas que vem e vão na maré dos dias. O que plantamos, que frutifique. O que digamos, que nos aproxime, e o que tenhamos que a todos enriqueça. Façamos do pouco o muito e estejamos prontos para qualquer juízo, a vida é curta e imprevisível como as ondas no Japão. Quanto tempo a orbita em torno do Sol nos será benigna? Não vivemos amanhã ou ontem, vivemos com os olhos nos olhos do hoje, abertos, acordados, num suingue apaixonado dançando com a vida, dançando na Refundação!

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