Multiprocessando
enquanto ouço seu falar
meus olhos correm somewhere else
o ouvido esquerdo imagina ouvir seus sons
e meus dois olhos dissecam a tela quente
La dentro numa outra sala estou sonhando com uma dama
Multitaskeando eu sou muitos
ou um esquizofrenico benigno
Estou rachando o meu cortex
em um quad-core pra poder lidar
com a demanda crescente
e tempo diminuido
o que aloco de memoria
quem enumera as tarefas?
respondo, acho que processo
a cana e o assovio
mas talvez só imagine
Não posso mais me iludir
que sou uma coisa inteira
se sou inteiro tenho que ser tudo
pois onde termina esse meu mundo
Aqui na sala do meu cranio
o cerebro se esforça pra manter o passo
eu tou sentindo que se abrem as brechas
só não sei se organizo os arquivos e caixas
ou se deixo au naturel
pra se assentar onde cairem
Meu lobo frontal nitidamente é tres pessoas
e em todo esse campo no fundo
caminha uma multidão
Tenho preferencia pelo corcunda
que olha a foto da Dama
mas ele é só mais um nesse mundo
que respondo e que me chama
Só que talvez não tenha ninguem aqui
CABIARÁ é o nome do sitio em que passei minha infancia, um lugar de liberdade e natureza, significa Estrela da Manhã. Aqui uso as palavras pra pensar medos e sonhos, pra fazer e perder sentido, pra pedir socorro, pra oferecer abrigo...
sexta-feira, fevereiro 22, 2013
terça-feira, fevereiro 19, 2013
Lonely Man with a gun
Lonely Man with a gun
Homem com uma arma e só
Todos os cartazes de filmes que vi
tinham um homem só contra o mundo
e ali
a forma da parede do final do tempo
escancarada e invisivel
é compaixão e crueldade
A bala da Magnum rompe o espaço
supersonica e monológica
e um vilão andrógino explode
gozo de maldade, sangue e redenção
A parede do fim do tempo
isola qualquer sentido
e o mundo atual caricato ecoa
como um robô perdido
Cinicas fabricas automáticas vomitam
automóveis perfeitos e sem alma
os homens que lhes davam vida
a muito e muito idos
impressoras que imprimem coisas
que pedem por mãos e bocas
ou palavras que clamariam ouvidos
tornaram-se cardeais e bispos
seus cabos USB ocos
seus transformadores corroidos
se imantam num vazio sem maná
sem humano
Proteses andam por aí
sem dar apoio
oculos sem retinas pra dar foco
os homems a muito muito idos
nas ondas do rádio e fios de cobre
nas linhas óticas e raios lazer
repica o conteudo proprietário copiado e repetido
nem mais a seus pensamentos
os humanos permiitidos
por isso se cansaram de existir
e aparentemente apenas ainda aqui
a muito, muito são idos
Separados em casulos
domesticados em reflexos infindaveis
de jogos convolutos
em mundos planos de pontos de luz
os homens eram idos
e alguns poucos a seu proprio modo
os reinados de seus tormentos
saneam enlouquecidos
Pensam, não serão tragados
no esquecimento demoniaco
se abraçam na queda vertiginosa
ao oponente invencivel
Escopetas, granadas
Canhões
Arma de raios, seringa letal
um golpe preciso na nuca
um pedaço de pau
O mundo ruiu
ainda posso ser mau
O mundo se desfez,
ou se reabriu
e não vejo mais o mar
não entendo sereias
ou musas a inspirar
vazio que cega
não há mais o que olhar
o peito
não guarda mais ar
nele o ruido
é ribombar e pressagio estancado
o tempo parou
a bala certeira não se aproxima do alvo
Não ha alvo, ou bala
só esse momento parado sem alento
quem não pôde mais pagar pelos pensamentos
cedeu:
que pensem por mim
que nessa caixa inutil e umida coloquem
o que quiserem
desde que eu não sinta mais dor
desde que eu me sinta em casa
Te enganaram e hoje
não sabes a cor da alma
ou talvez ela te assombre
mas te faltam palavras pra invoca-la de novo
à essa mesa farta que te estufa
nunca alimenta
É que tudo se dissolveu
enquanto contavamos cada segundo
enquanto tempo partia o espaço
em mil fragmentos de movimento
a dança que tinha musica
foi ferida no ligamento
congelada
tombou ao escorregar nas bilhas frias
quebrou-se na engrenagem e no circuito
quando a casa do ultimo minotauro
inundou-se do pó do carvão
perdeu-se o sentido
o proposito
a porta e o labirinto
e nenhum movimento
em nenhuma casa ou recinto
parece ter brilho ou vento
cor luz e sentimento
Pois enquanto aguardamos a volta das almas que se perderam
tudo parece uma farsa dolorosa e estranha
um derramar de passatempos
a nos distrair da sobrevivencia real
Titeres e marionetes servimos impulsos que não entendemos
nossas máquinas e sistemas ecoam nosso desproposito
Desgovernos se montam
em que homens servem propositos mesquinhos e mortais
e a piramide atlante dos sonhos
se afunda em oceanos profundos
só com Platão pra recordar
Onde nos perdemos?
Jamais nos encontramos?
Vejo um homem de sobretudo na porta, só,
tão só
sua arma como companhia e tentação
seu metodo inutil
só culpa alienada e destruição
Ele defende algo que nunca entendeu
e se pauta no alvo e no breu.
Nem mais a mocinha o acompanha
é cinico, seco. é mau
Já quando cerro os olhos
Eu
triste assim mesmo
quase sem crer em nada
no escuro sonolento me desfaço
atravesso o mundo pelas costas
conheço a montanha e o céu
em inexplicavel abraço
deitado na borda das coisas
me refaço
naquele escuro fica tudo transparente e claro
os ecos de meus pensamentos
atravesam diafanos todo incomodo
tocam 14 bilhoes de anos
transmutando-se em espirais
num teatro de formas
numa trama de karmas
na paixão de zigotos e almas
quase entendo
que do ovo da vida quer nascer um novo
que quer se desdobrar algo que ainda não foi
paredes e incoerencia
prisões, maldade, demencia
não podem aprisionar a antiga inocencia
nem drenar a jovialidade estelar que tudo permeia
Os mestres não nos deixam esquecer
Origem, sempre presente.
Homem com uma arma e só
Todos os cartazes de filmes que vi
tinham um homem só contra o mundo
e ali
a forma da parede do final do tempo
escancarada e invisivel
é compaixão e crueldade
A bala da Magnum rompe o espaço
supersonica e monológica
e um vilão andrógino explode
gozo de maldade, sangue e redenção
A parede do fim do tempo
isola qualquer sentido
e o mundo atual caricato ecoa
como um robô perdido
Cinicas fabricas automáticas vomitam
automóveis perfeitos e sem alma
os homens que lhes davam vida
a muito e muito idos
impressoras que imprimem coisas
que pedem por mãos e bocas
ou palavras que clamariam ouvidos
tornaram-se cardeais e bispos
seus cabos USB ocos
seus transformadores corroidos
se imantam num vazio sem maná
sem humano
Proteses andam por aí
sem dar apoio
oculos sem retinas pra dar foco
os homems a muito muito idos
nas ondas do rádio e fios de cobre
nas linhas óticas e raios lazer
repica o conteudo proprietário copiado e repetido
nem mais a seus pensamentos
os humanos permiitidos
por isso se cansaram de existir
e aparentemente apenas ainda aqui
a muito, muito são idos
Separados em casulos
domesticados em reflexos infindaveis
de jogos convolutos
em mundos planos de pontos de luz
os homens eram idos
e alguns poucos a seu proprio modo
os reinados de seus tormentos
saneam enlouquecidos
Pensam, não serão tragados
no esquecimento demoniaco
se abraçam na queda vertiginosa
ao oponente invencivel
Escopetas, granadas
Canhões
Arma de raios, seringa letal
um golpe preciso na nuca
um pedaço de pau
O mundo ruiu
ainda posso ser mau
O mundo se desfez,
ou se reabriu
e não vejo mais o mar
não entendo sereias
ou musas a inspirar
vazio que cega
não há mais o que olhar
o peito
não guarda mais ar
nele o ruido
é ribombar e pressagio estancado
o tempo parou
a bala certeira não se aproxima do alvo
Não ha alvo, ou bala
só esse momento parado sem alento
quem não pôde mais pagar pelos pensamentos
cedeu:
que pensem por mim
que nessa caixa inutil e umida coloquem
o que quiserem
desde que eu não sinta mais dor
desde que eu me sinta em casa
Te enganaram e hoje
não sabes a cor da alma
ou talvez ela te assombre
mas te faltam palavras pra invoca-la de novo
à essa mesa farta que te estufa
nunca alimenta
É que tudo se dissolveu
enquanto contavamos cada segundo
enquanto tempo partia o espaço
em mil fragmentos de movimento
a dança que tinha musica
foi ferida no ligamento
congelada
tombou ao escorregar nas bilhas frias
quebrou-se na engrenagem e no circuito
quando a casa do ultimo minotauro
inundou-se do pó do carvão
perdeu-se o sentido
o proposito
a porta e o labirinto
e nenhum movimento
em nenhuma casa ou recinto
parece ter brilho ou vento
cor luz e sentimento
Pois enquanto aguardamos a volta das almas que se perderam
tudo parece uma farsa dolorosa e estranha
um derramar de passatempos
a nos distrair da sobrevivencia real
Titeres e marionetes servimos impulsos que não entendemos
nossas máquinas e sistemas ecoam nosso desproposito
Desgovernos se montam
em que homens servem propositos mesquinhos e mortais
e a piramide atlante dos sonhos
se afunda em oceanos profundos
só com Platão pra recordar
Onde nos perdemos?
Jamais nos encontramos?
Vejo um homem de sobretudo na porta, só,
tão só
sua arma como companhia e tentação
seu metodo inutil
só culpa alienada e destruição
Ele defende algo que nunca entendeu
e se pauta no alvo e no breu.
Nem mais a mocinha o acompanha
é cinico, seco. é mau
Já quando cerro os olhos
Eu
triste assim mesmo
quase sem crer em nada
no escuro sonolento me desfaço
atravesso o mundo pelas costas
conheço a montanha e o céu
em inexplicavel abraço
deitado na borda das coisas
me refaço
naquele escuro fica tudo transparente e claro
os ecos de meus pensamentos
atravesam diafanos todo incomodo
tocam 14 bilhoes de anos
transmutando-se em espirais
num teatro de formas
numa trama de karmas
na paixão de zigotos e almas
quase entendo
que do ovo da vida quer nascer um novo
que quer se desdobrar algo que ainda não foi
paredes e incoerencia
prisões, maldade, demencia
não podem aprisionar a antiga inocencia
nem drenar a jovialidade estelar que tudo permeia
Os mestres não nos deixam esquecer
Origem, sempre presente.
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